Natal, andas aí?

Muito se tem falado nas últimas semas do calor que já ninguém esperava sentir nesta altura do ano. Se por um lado ainda sabe lindamente andar a fazer praia, continuar com as pernas de fora e apostar na vida ao ar livre, por outro é inegável o que está à vista de todos: as alterações…

Muito se tem falado nas últimas semas do calor que já ninguém esperava sentir nesta altura do ano.

Se por um lado ainda sabe lindamente andar a fazer praia, continuar com as pernas de fora e apostar na vida ao ar livre, por outro é inegável o que está à vista de todos: as alterações climáticas estão aí e os efeitos são evidentes. (sorry, Mr. Trump).

E o que é que isto faz às estratégias das marcas e ao seu plano anual de comunicação? Faz muito, se pensarmos que todos querem já estar a vender Natal , mas não estamos nem aí para ele.

As lojas já estão invadidas de roupas de pêlo que nem sequer conseguimos experimentar, as decorações de Natal já estão à venda em alguns locais, os brinquedos já invadem as prateleiras e daqui até às decorações natalícias é um instante. 

Como vender um produto que ninguém quer ainda comprar? Como comunicar uma época tão cheia de significado e magia quando estamos todos ainda de chinelo no pé?

Por isso, é cada vez mais importante que as marcas tenham um plano B e consigam adaptar em tempo real a sua oferta à realidade e, neste caso, à realidade meteorológica. 

Mas este exercício que parece por demais evidente nem sempre é fácil de implementar, principalmente no que diz respeito às campanhas já previstas, com uma criatividade completamente desalinhada do dia-a-dia. 

Neste campo as redes sociais são essenciais para manter o diálogo ativo e relevante: é neste contexto que estamos mais próximos dos consumidores e no qual podemos falar do que lhes interessa. É aqui que podemos adaptar a nossa oferta e as nossas campanhas aos temas que contam para as pessoas. Se de repente o calor continua, não vamos ‘impingir’ guarda-chuvas aos nossos fãs, como é óbvio.

É no diálogo direto das redes sociais que conseguimos alinhar a comunicação e garantir que não perdemos oportunidades, faça chuva ou faça sol.

Independentemente da nossa capacidade de adaptação, mais no digital, ou da rápida reação que poderemos ter, já é visível o desespero de muitas marcas com stock de Inverno acumulado nas lojas. Se há quem reze por água para acabar com os incêndios e afins, também há quem reze pelo frio para começar a desempacotar os sobretudos arrumados nas lojas.

Demore mais ou menos todos ansiamos sempre pelo Natal e queremos acreditar que ele chegará …principalmente aqueles que têm nesta altura do ano o seu pico de vendas. E daí ser tão importante construir uma história adequada e que toque as pessoas, no momento certo, no momento em que o Natal entra no nosso mindset.

Até porque demore o tempo que demorar, com mais ou menos desafios no entretanto, uma coisa é certa: aconteça o que acontecer, nós e as marcas teremos sempre o nosso Natal. 

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment