O país merece e o PSD agradece

Há quatro anos saí do PSD para poder apoiar livremente Rui Moreira a candidato à Presidência da Câmara do Porto e não me arrependo, embora me tenha vindo a afastar paulatinamente por entender que há PP a mais no seu movimento independente.

Hoje não sou militante do partido, mas revejo-me nos seus princípios e gostaria que o mesmo voltasse à sua matriz de valores original.

Tenho por Rui Rio muita estima. Estive com ele em 2001 quando se candidatou pela primeira vez a Presidente da Câmara do Porto.

Nunca esquecerei aquela estimulante luta desigual, numa campanha parca em recursos, sem o apoio da distrital e com uma comunicação social genericamente hostil. Foi uma dura batalha, norteada por fortes convicções, cuja vitória poucos imaginavam possível. Uma caminhada difícil , feita da conquista de votos porta a porta, da qual me orgulho ter sido uma das protagonistas.

Julgo que Rui Rio foi um grande Presidente, globalmente fez excelentes mandatos, e não há dúvida de que foi ele que deu o primeiro impulso e criou condições para que quem veio a seguir fizesse da cidade o que ela é hoje. O Porto e o partido devem-lhe muito e é bom que essa memória não se perca nas curvas das frustrações e dos ressentimentos que alguns teimam em alimentar.

Apesar de lhe reconhecer qualidades várias entendo que, na atual conjuntura, não possui o perfil ideal para fazer o que o PSD tanto precisa fazer, quer a nível interno, quer do país: galvanizar para as mudanças necessárias, com espírito aberto e construtivo, somando e não subtraindo, unindo e não dividindo.

É hora de agir sim, mas primeiro urge unir o partido para depois ganhar o país. 

É certo que será necessário alguém com grande determinação e coragem para fazer ruturas se tal no limite se impuser, mas será preciso também que esse alguém  seja capaz de, em simultâneo,  ouvir,  gerar consensos,  agregar valor e valores. Que tenha visão de futuro, mas respeito pela herança do passado, alguém que não alimente ódios mas promova afetos. Numa palavra, um líder agregador e sem medos, que se bata com bravura por convicções, que tenha a ambição de ser sempre o primeiro e seja capaz de assumir o risco de tudo perder em nome de um sonho: o melhor para Portugal.

Pedro Santana Lopes tem tudo isto e, estou certa, vencerá pois tem essa vontade e a força de acreditar.

Acresce que possui uma capacidade ímpar para motivar, mobilizar vontades e esforços, e de fazer acontecer, qualidades que são apanágio dos grandes lideres.

Desejo que a campanha prossiga com dignidade e elevação para bem da credibilidade do PSD que continua a ser não apenas o melhor, mas também o maior partido português como resultou com clareza, é bom lembrar, das últimas eleições legislativas.

Sabendo-se que existe respeito mútuo entre os dois candidatos nesta disputa pela liderança, é de esperar que os apoiantes de cada um dos lados saibam também honrar e dignificar o nome do partido.

Importante será demonstrar que é possível debater ideias e esgrimir argumentos sem ceder à tentação de baixar o nível e enveredar pelo insulto gratuito que a ninguém aproveita.

Já agora seria bom que os ‘comentadores encartados’ pudessem dar o exemplo e opinar de forma isenta sem destilar ódio e azedume.

O país merece e o PSD certamente agradece!