Caixa vende fábrica Artlant onde a grupo petroquímico tailandês

Banco público era um dos principais credores da empresa de Sines, cujas dívidas rondavam os 520 milhões.

A Caixa Geral de Depósitos vendeu a Artlant – fábrica de petroquímica de Sines onde o banco público perdeu mais de 500 milhões de euros – a um grupo petroquímico tailandês, a Indorama Ventures, sem adiantar valores. 

“A Caixa congratula-se com o anúncio da aquisição dos ativos da Artlant, empresa química relevante na zona de Sines, por um líder mundial da indústria petroquímica”, revela em comunicado o banco público, acrescentando ainda que “a Caixa nunca deixou de apoiar, durante os últimos anos em que a empresa passou por graves dificuldades, a continuação desta fábrica, bem como a manutenção de mais de uma centena de postos de trabalho diretos”. 

A compra da Artlant, produtora de ácido tereftálico purificado, a matéria-prima utilizada para a produção de politereftalato de etileno (PET), componente base no fabrico de embalagens de plástico para uso alimentar, deverá ser fechada “no quarto trimestre deste ano”, segundo o presidente executivo da Indorama, Aloke Lohia.

No final de julho, a Artlant foi declarada insolvente pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, dois anos depois de ter entrado em Processo Especial de Revitalização (PER) para evitar que aquelas entrem em situação de insolvência.

De acordo com uma lista provisória de credores da Artlant, em outubro de 2014, o banco liderado por Paulo Macedo tinha o maior valor de créditos reclamados no valor de 520 milhões de euros, ou seja, 75 de toda a dívida da empresa. E desde que assumiu a propriedade da Artlant que a Caixa procurava um investidor do setor químico que pudesse viabilizar o projeto. 

 Para o banco público, a operação de venda do complexo é “importante para o país, pelo caráter exportador da empresa, com capacidade para exportar até 700 mil toneladas de ácido tereftálico purificado (PTA), com impacto no crescimento do PIB”. 

Também a Aicep ficou credora da Artlant depois de ter concedido incentivos de 45 milhões de euros a fundo perdido.