Alunos que publicaram fotografias de comida nas escolas estão a ser repreendidos e punidos

Os diretores de várias escolas estão a repreender os alunos e a puni-los, por estes terem tirado fotografias à comida que lhes é servida na escola.

Depois das fotografias da comida que é servida aos alunos nas escolas terem sido tornadas públicas, os diretores começaram a repreender e a punir os alunos que publicaram as imagens das refeições.

De acordo com o Jornal de Notícias, esta quinta-feira duas alunas de uma escola de Gaia foram suspensas por cinco e dois dias, após terem divulgados as imagens de um tabuleiro de comida onde tinha sido servido apenas uma tigela de sopa e pão, isto no dia 2 de novembro, quando decorreu a greve dos trabalhadores das cantinas. Os pais estão a queixar-se, e afirmam não terem sido contactados pela escola e ponderam agora avançar com uma queixa junto da Direção Regional de Educação do Norte.

Esta decisão foi confirmada pela direção da escola ao JN, que invocou o Estatuto do Aluno, de 2012, em que é referido, no artigo décimo, que ficou definido que os alunos ficam proibidos de “captar sons ou imagens” em atividades letivas e não letivas sem autorização prévia dos professores, dos diretores ou de qualquer membro da comunidade escolar cuja imagem possa ficar registada.

O novo estatuto consagra ainda a proibição da difusão “na escola ou fora dela, nomeadamente, via Internet ou através de outros meios de comunicação, sons ou imagens captados nos momentos letivos e não letivos, sem autorização do diretor”.

Apesar de estas medidas estarem a ser tomadas sem qualquer aviso prévio, Isidoro Lopes, da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais – Ferlap – condena as atuações e afirma que “esses diretores têm de ser castigados exemplarmente”, noticia o Observador.

De acordo com o Ministério da Educação, “foram reportadas aos serviços da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, nos meses de setembro e outubro, 40 queixas referentes à qualidade e quantidade das refeições servidas nas escolas”.