Fizz. Proença de Carvalho nega acusações de advogado do Estado angolano

Reação surge depois da noticia publicada na edição impressa do SOL

O advogado Daniel Proença de Carvalho afirma que não teve "qualquer intervenção ou sequer conhecimento da contratação do Dr. Orlando Figueira", o antigo procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal acusado de receber contrapartidas para arquivar inquéritos que visavam cidadãos angolanos.

A reação surge depois de o SOL ter noticiado hoje que Paulo Blanco, o advogado que representa o Estado angolano em diversos processos e que é arguido no caso em que o ex-vice-presidente de Angola é acusado de corromper Orlando Figueira, apresentou uma contestação no âmbito da operação Fizz onde aponta o dedo ao advogado Daniel Proença de Carvalho e ao presidente do conselho de administração do Banco Privado do Atlântico, Carlos Silva. 

Na prática o advogado diz que não foi ele que fez a ponte entre a elite angolana e o procurador Orlando Figueira e deixa claro que terá sido Carlos Silva a contratar o ex-procurador para que este saísse da magistratura. Afasta assim a tese de que o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente foi o principal beneficiado das decisões de Orlando Figueira.

Numa reação enviada ao SOL, Proença de Carvalho nega tudo o que foi referido por Blanco, nomeadamente as influências junto de procuradores, e afirma ainda que não conhecia Orlando Figueira: "Nunca tinha tido, por qualquer meio, contacto com ele".

"É falso que o Dr. Orlando Figueira  tenha alguma vez colaborado comigo ou com o escritório a que pertenço. Também não é verdade que eu tenha exercido qualquer cargo no Banco Atlântico, entidade a quem o nosso escritório tem prestado serviços, como o faz relativamente a outros bancos portugueses e estrangeiros".

A terminar diz ainda que "é também falso que tenha alguma vez recorrido ao Dr. Paulo Blanco para 'agendamento de uma inquirição no DCIAP' ou em qualquer outra diligência ou intervenção junto de Magistrados do Ministério Público".

Numa altura em que o julgamento do processo Fizz já tem data marcada, o SOL teve acesso à contestação entregue no tribunal por Paulo Blanco e revela todos os pormenores na edição impressa deste sábado.