Riscos em Angola, limitação em Moçambique

Angola deverá sair da recessão este no, mas o crescimento será fraco, o que acarreta riscos. Já a falta de acordo com o Fundo Monetário internacional (FMI) vai limitar o progresso da economia moçambicana. 

Uma análise às economias africanas do Standard Bank aponta que “o crescimento do PIB em Angola deverá continuar limitado, bem abaixo dos 1% em 2017 e abaixo de 2% em 2018, com a economia possivelmente a cair na armadilha da dívida alta e crescimento baixo”.

Sobre a economia moçambicana, os analistas do banco sul-africano baixaram a “perspetiva de crescimento do PIB de 4,1% para 3,8% este ano, e de 5,7% para 3,5% no próximo ano”.

Na parte referente a Angola, o Standard Bank aponta que o pico da recessão terá sido em 2016 causado por uma “escassez severa de liquidez de moeda estrangeira devido ao lento ajustamento da economia ao colapso dos preços do petróleo em meados de 2014” a que se juntou uma “subida da inflação e uma procura interna restringida pela despesa pública e exportações”.

Para este ano o Standard Bank considera que “as condições de liquidez no mercado da moeda externa desde o princípio do ano, combinado com um abrandamento da inflação e um aumento da despesa do Governo, essencialmente destinada a acelerar várias infraestruturas e projetos sociais nas vésperas das eleições de agosto, deram um impulso à economia”.

Mas este deverá continuar baixo devido ao “aumento limitado da produção do petróleo, fracas perspetivas para um crescimento sustentado dos preços do petróleo e ao progresso lento da diversificação económica”.

Diversificar a economia do petróleo  “está a ser difícil”, com o petróleo a continuar a representar mais de 90% das exportações, apesar de ter descido a quota das receitas fiscais, de 75% em 2013, para menos de 50%.

Em relação à economia moçambicana, as previsões mais pessimistas refletem as expetativas do Standard Bank de que “um programa [de ajustamento económico] financiado pelo FMI não deverá ser colocado em prática suficientemente depressa para garantir o regresso do sentimento positivo dos investidores e o apoio dos doadores”.

Para os analistas do banco sul-africano, “um programa financiado pelo FMI iria acelerar o regresso à estabilidade macroeconómica”, mas esta hipótese parece pouco provável.

Durante os Encontros Anuais do FMI e do Banco Mundial, em Washington, disse que não está previsto um programa de assistência financeira nem neste nem no próximo ano e reforçou a necessidade de mais informações sobre a dívida escondida.

O Standard Bank escreve que o aumento de produção de carvão deverá sustentar o crescimento da economia,