Governo reúne à última hora com os professores

O ministro Tiago Brandão Rodrigues não vai estar presente no encontro com os sindicatos que, desta forma, têm poucas expectativas que sejam feitas alterações à norma do OE que ignora nove anos e meio de trabalho dos docentes para a progressão na carreira. 

O governo convocou os professores para uma reunião à última hora, um dia antes da greve nacional e do protesto em frente ao parlamento e depois de terem recusado várias vezes, no útimo mês, os pedidos da Fenprof e da FNE para reunir.

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues não vai estar presente nas reuniões que vão decorrer durante esta tarde na 5 de Outubro sendo que o assunto em cima da mesa é a regra do descongelamento das carreiras para  os professores.

Serão os secretários de Estado da Educação e da Administração Pública a conduzir as reuniões. Para os sindicatos é indicativo de que o governo não irá apresentar qualquer alteração à norma que ignora nove anos e meio de trabalho dos docentes do básico e do secundário para efeitos de carreira.

“Sem ministros na reunião não dá condições políticas para um compromisso suficientemente forte para uma solução”, diz ao i o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva que prevê que a haver alguma solução será “muito curta e muito pouco conclusiva”.

O mesmo entende a Fenprof que, em comunicado diz que vai à reunião “sem grandes expetativas, pois não sendo crível o desenvolvimento de um processo negocial em apenas uma tarde na véspera de uma greve” sendo que o sindicato esperaria “um acordo político, inequívoco, em relação ao descongelamento das carreiras” que não é possível sem a presença de Tiago Brandão Rodrigues.

Em causa está uma norma inscrita na proposta de OE/2018 que impede que nove anos e meio de trabalho dos professores do básico e secundário sejam contabilizados para efeitos de progressão, com o respetivo acerto salarial, a partir de janeiro de 2018.

A regra penaliza os professores tendo em conta que todos os trabalhadores do Estado vão ter acertos salariais e progredir após o descongelamento das carreiras. É o caso, por exemplo, dos professores do Ensino Superior.

Esta é a principal razão que leva amanhã os professores, que se organizaram numa plataforma sindical de dez sindicatos, a fazerem greve nacional e a protestar em manifestações em todo o país, estando marcada uma concentração à frente do parlamento, sendo esperada uma forte adesão. À mesma hora da manifestação Tiago Brandão Rodrigues vai estar dentro do parlamento a debater o seu orçamento para 2018.

E além do protesto dos professores, o governo e o PS estão também a sofrer pressões por parte dos partidos da esquerda que sustentam o governo atarvés de acordo parlamentar. Tanto o PCP como o BE revelaram ao i que recusam aceitar que os professores sejam prejudicados face a outros trabalhadores do Estado e que vão avançar com propostas de alteração à norma inscrita no OE/2018.