‘Não escrevi Gabriel. Gabriel é que me escreveu a mim’

Se um dia se cruzasse com Louise Rhodes dos Lamb, em Lisboa, seria motivo para publicar uma foto no Instagram, tipo paparazzo anónimo? Talvez não. A voz dos Lamb não é Madonna, nem está à procura de casa em Lisboa mas tem vários motivos para vir a Portugal. O pai de Rhodes vive no Algarve…

‘Não escrevi Gabriel. Gabriel é que me escreveu a mim’

Se um dia se cruzasse com Louise Rhodes dos Lamb, em Lisboa, seria motivo para publicar uma foto no Instagram, tipo paparazzo anónimo? Talvez não. A voz dos Lamb não é Madonna, nem está à procura de casa em Lisboa mas tem vários motivos para vir a Portugal. O pai de Rhodes vive no Algarve e, quando ressuscitam, os Lamb acabam sempre por voltar ao país onde foram acarinhados como em nenhum outro território.

A culpa não morre solteira. Tem um nome, ‘Gabriel’, música ouvida e rebatida nas rádios portuguesas no início do milénio, mas a árvore genealógica já tinha precedentes. Aclamados pela geração X (da XFM), criaram raízes entre quem consumia um tempo dominado por um novo fascínio pela sofisticação eletrónica e em que as máquinas ainda não nos dominavam a nós, seres humanos.

Antes de o bizarro ser o novo normal, já Lou Rhodes e o cúmplice de engenharia sonora Andy Barlow andavam a desbravar latitudes entre novas arquiteturas sonoras pré-milenares e o convencional.

O belo estava na voz angelical que haveria de voar nas asas do anjo. ‘Gabriel’, a omnipresença em pessoa há 15 anos, quando o século acabara de dobrar o cabo da angústia e o mundo ainda acordava das cinzas do 11 de Setembro. 

O vento mudou e ela, a portadora da mensagem, voltou. Para visitar o pai, comer pastéis de Belém em Lisboa e antecipar o concerto da próxima terça-feira, dia 14, no Coliseu dos Recreios. 

Os Lamb nascem num caldo eletrónico de géneros e subgéneros colados aos anos 90 como o drum’n’bass, o breakbeat e o trip-hop.

(interrompe)…disse trip-hop? Nunca gostámos desse rótulo. Nem creio que o Tricky, os Massive Attack ou os Portishead alguma vez tenham gostado. É um termo muito redutor. Foram os jornalistas a inventá-lo mas não fazia justiça ao que estava a acontecer. Houve pessoas que mais tarde já diziam «nós queremos fazer trip-hop» mas para mim é música para as pessoas ficarem pedradas e os Lamb nunca foram isso. 

Nunca foram música de dança apesar de virem da eletrónica.

Exato.

Os Lamb faziam a ponte entre esses ritmos não lineares e a música pop aveludada?

A minha mãe era uma cantora folk tradicional. Quando falei com o Andy pela primeira vez, a ideia era cantar dessa forma. Costumava ir a clubes folk – tal como aqui as pessoas vão a casas de fado – em que os cantores se levantam e mostram o que valem sem microfone. Foi isso que trouxe para os Lamb. Entretanto, saí de casa e comecei a formar o gosto musical a ouvir rádios pirata de Manchester. Isto ainda pré-Internet. Saía, ia a lojas de discos e essas estações de rádio eram a linha da frente do que estava a acontecer. Havia o drum’n’bass, o breakbeat e editoras como Shut Up & Dance que me lembro de seguir. A ideia de escrever canções a partir dessa sonoridade era muito estimulante mas encontrar a pessoa certa com quem trabalhar foi o mais difícil. Encontrei-me com vários produtores mas eram todos muito canónicos. Queriam seguir as regras, enquanto eu estava mais interessada em encontrar elos de ligação entre universos para chegar a algo novo. O Andy era engenheiro de som de discos de house e foi-me sugerido por um DJ. Sentiam que ele era pouco convencional para a função. Eu liguei-lhe e encontrámo-nos em estúdio sem nenhum plano pré-estabelecido. Só queríamos atirar ideias um ao outro. Foi esse o princípio de tudo. 

Funcionou

Sim, ainda aqui estamos (ri-se).

Havia alguma relação com a música da cidade? Manchester é conhecida por bandas icónicas como Joy Division, New Order, Smiths, Happy Mondays, Stone Roses, Oasis…

Sim, a cena musical é muito pequena. Quando montámos um estúdio caseiro na minha cave, pedimos emprestado um gravador de quatro pistas. Era dos New Order. Eles tinham-no emprestado a uma banda nossa amiga, os Sub Sub, que acabariam por vir a ser os Doves. Dá para ter ideia da árvore genealógica (ri-se). Eles tinham o mesmo manager dos New Order por isso conhecia-os bem. Por acaso, só três das quatro pistas do gravador é que funcionavam. 

Costumava ir à [discoteca] Hacienda?

Sim, claro. Costumava ir todos os fins de semana. Lembro-me da Hacienda antes da explosão do house. Ouvia-se Joy Division, Vini Reilly (Durutti Column)…as pessoas vestiam sobretudos. Era fixe na altura. E depois veio o acid house e todos os fins de semana enchia. Mesmo durante a semana, era muito movimentada. Uma das melhores noites era gay mas toda a gente adorava. Homossexuais e heterossexuais. Era igual. 

Literalmente 24 Hour Party People?

Literalmente! Nessa altura, bebia mais do que uns copos de vinho (ri-se). 

Quando é que os Lamb se tornaram um projeto de vida?

Não sei. Nem sei se alguma vez pensámos nisso, nem durante quanto tempo iríamos fazer isto. No início, gravámos maquetas e uma amiga jornalista musical foi contactada pela Universal. Andavam à procura de novos talentos. Assinámos para três canções e, nessa altura, era normal haver contratos por objetivos. Nós queríamos um contrato a sério para editar um álbum. Agora que penso, não sabíamos o que estávamos a dizer mas tínhamos consciência do que pretendíamos. Montar o nosso estúdio, ter o nosso equipamento e gravar um disco. Eles acabariam por desistir. Foi aí que percebemos que estávamos a chegar a algum lado. O nosso estado da arte era igual ao de hoje: dependentes da tecnologia. Quando montámos o estúdio, deixámos de precisar do gravador dos New Order. 

Era muito caro montar um estúdio nessa altura. 

Sim, os samplers [eram muito caros]. E nós tínhamos uma série deles. Era um tempo de limitações tecnológicas. É incrível perceber como hoje se pode ter tudo num computador portátil. 

Isso acontece quando?

1994, 1995.

Foi um tempo excitante?

Sim, estávamos nas nuvens. Quando finalmente assinámos o contrato que queríamos, estávamos nas nuvens. Pagaram-nos imenso dinheiro, ou pelo menos, nós achámos que era imenso dinheiro. Íamos a bons restaurantes, ficávamos em bons hóteis e delirávamos porque éramos muito novos e ingénuos. Quando se passa por isso, não se pensa demasiado. Não fazíamos a mínima ideia se daí a 21 anos ainda cá estaríamos a planear uma digressão e a falar com jornalistas sobre o passado. 

Sentiram-se parte de uma cena?

Em Manchester, tínhamos muitos amigos na música. Os 808 State (banda pioneira do acid house) ajudaram-nos muito. Eles também moldaram um som. Seguiram um caminho próprio. Foi muito importante para nós. Por isso, sim, tínhamos amigos mas sempre gostámos mais do nosso espaço. Nunca quisemos pertencer a uma cena. 

Estiveram em digressão com nomes maiores?

Não muito. Demos alguns concertos com o Tricky mas ele era um tipo tricky (trocadilho com manhoso). O Andy andou uma vez à pancada com ele nos camarins. Era muito argumentativo. Já eu e a Martina [Topley-Bird, parceira de Tricky nesta fase] éramos razoavelmente mais moderadas e conseguíamos manter uma relação. 

Como era a relação com o Andy?

Muito problemática. Sempre houve uma fricção. Os Lamb são muito inflamáveis. Perdi a conta às vezes em que cada um de nós bateu com a porta do estúdio e jurou não voltar. A nossa relação sempre foi muito frágil. As pessoas pensavam que nós eramos um casal mas nunca na vida. Graças a Deus! Teria alterado completamente a história. 

Essa tensão ajudou à criatividade?

Como disse, essa foi a ideia inicial. Foi isso que fez dos Lamb o que são. Não seria o mesmo se estivéssemos sempre de acordo. Houve momentos muito cansativos, e por isso acabámos em 2004. Estava farta e queria continuar sozinha. Gravei álbuns a solo e o Andy trabalhou com outros artistas. Agora, estamos com os Lamb mas temos outras ocupações. Voltamos sempre que temos tempo. 

Quando é que nasce o romance com Portugal?

No primeiro concerto que demos cá. Foi na Aula Magna. É assim que se diz? A-U-L-A M-A-G-N-A?

É. Pronúncia perfeita. 

A sério? Nós não sabíamos o que esperar. Quando percebemos que era um anfiteatro com lugares sentados, achámos que estávamos desgraçados. Era muita gente mas encheu e as reações foram muito emotivas. Não sabíamos explicar mas percebemos que a nossa relação com Portugal é especial. E depois houve o ‘Gabriel’.

Esse concerto da Aula Magna é alguns anos antes de ‘Gabriel’. Pouco depois, vão a Paredes de Coura e o fenómeno alastra-se. 

Sim, esse festival! Quase me esquecia. Na verdade, se perguntasse ao Andy o motivo da nossa relação especial com Portugal, o Andy respondia com esse concerto. Ele envolveu-se num confronto com a segurança porque queriam tirar-nos do palco. Ele é tão problemático (ri-se). Mas adora essa história. E talvez seja por isso que tanta gente se lembra desse festival. Também me recordo de ser um sítio lindíssimo. De passear junto ao rio e ver as pessoas a fazer c-a-p-o-e-i-r-a. Era um paraíso. Quando subimos ao palco, observamos aquele sítio especial com floresta à volta. Foi mágico. 

Qual é a história de ‘Gabriel’?

Acho que não fui eu a escrevê-la. ‘Gabriel’ é que me escreveu a mim. Acho que é assim com as canções mágicas. Acontecem. O ‘Gabriel’ é um exemplo supremo disso. Andava a ler um poema sofista, uma prece, que fala sobre querer as asas de alguém. Tocou-me no sentido de a vida poder completar-se dessa forma tão simples. De encontrar alguém que se ama. E as asas oferecem o poder de voar mais alto. A letra saiu-me com muita facilidade. A produção foi mais complicada. Cheguei ao estúdio com a canção escrita. Normalmente, nós levávamos ideias ou esquissos para estúdio. Esta já chegou pronta. E o que havia a fazer era tirar. O que se espera de uma balada é que seja romântica e delicada mas aí já não seria Lamb. Foi esse o desafio, encontrar um equilíbrio.

Portugal foi o país em que fez mais sucesso. Na altura dizia-se que os Lamb só eram conhecidos no Reino Unido e por cá. 

Variava. Éramos populares na Holanda e na Bélgica, em Inglaterra estávamos na classe média e havia os EUA em que tínhamos alguma expressão na Bay Area de São Francisco. Mas nunca tivemos um êxito como em Portugal. Recebemos tantos emails de pessoas a dizerem-nos que escolheram o ‘Gabriel’ para ouvir no casamento ou em funerais de amigos. Para mim, isso representa muito mais do que ter um êxito porque é verdadeiro. Ter um êxito foi inédito para nós. Lembro-me de virmos a Portugal e haver pessoas a correr atrás de nós. Ou de nos esperarem no aeroporto. «Ah, então é isto uma estrela pop» (ri-se). 

Como o ‘Bittersweet Symphony’ dos Verve quatro anos antes.

Sim, essa canção foi um êxito esmagador. Ouvia-se em todo o lado. É muito poderosa. 

Em Portugal, ‘Gabriel’ gerou um efeito semelhante. E é nessa altura que se estreiam numa sala com a dimensão do Pavilhão Atlântico. 

Era muito grande. À distância, foi um erro fazê-lo. Perdeu-se a mística. Hoje, não teria feito esse concerto. Partiu de uma sugestão do promotor e nós aceitámos. Quando chegámos, ficámos inseguros. Já não era Lamb. 

Acabam a seguir?

Não, ainda fazemos mais um álbum. Esse era o What Sound (2001). Ainda gravámos o Between Darkness and Wonder (2003) que foi muito difícil. Eu estava a gostar da experiência de ter músicos em palco e decidimos transportar essa atmosfera para estúdio e o que aconteceu foi que eu compunha com a banda e o Andy interrogava-se: «o que estou a fazer aqui?». A tensão começou a crescer e o ambiente entre nós tornou muito difícil a gravação. Acabámos logo a seguir. Demos alguns concertos de despedida muito emotivos.

E aventura-se a solo.

Sim, voltei às minhas raízes folk no Beloved One (2006). Não foram só os Lamb que acabaram, fui eu que também terminei a relação com o pai dos meus filhos. Mudei-me para o campo e gravei o álbum lá. Funcionou muito bem porque foi nomeado para o Mercury Prize. Tenho quatro álbuns gravados e dois foram escritos antes do fim dos Lamb. Na verdade, o quarto álbum (theyesandeye, do ano passado) foi gravado no estúdio do Andy. Foi um sinal de mudança. A nossa relação tinha-se alterado. O Andy foi pai e conseguiu compreender melhor aquilo porque tinha passado. Percebemos que conseguíamos resolver as nossas divergências, enquanto seres humanos. Voltámos a trabalhar juntos o que foi muito agradável. Ele ajudou-me no álbum a solo. No passado teria sido impossível. 

É diferente estar nos Lamb agora?

Acho que sim. É. Estamos mais maduros. E a indústria mudou bastante.

Para melhor ou pior?

Em algumas questões, a internet está a matar a música. As novas gerações não pagam por um disco. Ninguém pára para pensar um segundo que os músicos precisam de comer, pagar as contas e criar os filhos. Por outro lado, tornou possível a democratização. É incrível que as pessoas possam montar um estúdio muito razoável num computador portátil e gravar em casa. Os The XX gravaram o primeiro álbum numa garagem. Pelo menos, essa é a história que contam. Não sei se uma parte é mito mas acredito que seja verdade. E as bandas novas não precisam tanto de uma editora. Publicam a música no Soundcloud e têm contacto direto com os seguidores. É um mundo muito diferente e é necessário aprender a navegar nele mas acredito que as pessoas criativas encontram sempre formas de sobrevivência. Mais do que os dinossauros instalados da indústria. As editoras não têm dinheiro. 

Os Lamb têm novos fãs e bandas a reconhecer a vossa herança?

Hum (pausa). Há os fãs que estão connosco desde o princípio mas é muito reconfortante ver novas caras nos concertos. Muitos deles vão ver os Lamb pela primeira vez. Em relação às bandas, alguém me perguntou ontem numa entrevista se observava uma relação entre o que fazíamos no início, que era considerado estranho, e que agora é o normal: The xx, James Blake, Florence + The Machine, Lorde, Mount Kimbie. Não sei, não perguntei a nenhuma dessas bandas se os Lamb os influenciaram mas é curioso. Ouvi muito o primeiro álbum para preparar esta digressão – a primeira parte do alinhamento é muito centrada nele, há canções que as pessoas nunca ouviram ao vivo – e ao viver o ‘Closer’ que adorávamos tocar e entretanto abandonámos, e lembra-me muito uma banda chamada Hiatus Kayote. É interessante como eles podem fazer o mesmo 21 anos depois [e não choca].

Continua atenta ao que sai de novo?

Sim, muito. Gosto de ter uma perspetiva abrangente. E depois tenho um filho que faz música e me está sempre a espicaçar. «Mãe, ouviste isto?». «De onde é que vem aquela, o que é que te lembra?». Ele é brilhante. Apanhou o gosto pelo jazz do pai. Toca cinco instrumentos. Recentemente, os Mount Kimbie passaram uma música dele no programa de rádio da NTS. Ele ficou muito excitado (sorri).

Algumas das bandas que citou têm em Kate Bush uma grande referência do ponto de vista vocal, pela abordagem pura e mística. Tal como a Louise Rhodes canta. Também a ouviu?

Compreendo a comparação mas sou uma das raras pessoas para quem a voz da Kate Bush é demasiado difícil. Quando ela voltou a dar concertos em 2014, recebi uma série de mensagens de amigos a convidar-me para ir mas tive de dizer que não gostava. Senti que alguma coisa me estava a escapar (ri-se). Para mim, a grande referência é a Joni Mitchell mas a maioria das pessoas não a compreende. Foi a minha professora à distância quando era muito nova. A ouvi-la, aprendi a cantar. Também gostava muito da Melanie. Não é muito conhecida mas gravou discos muito bons, embora as canções não fossem dela. Só interpretava. Há uma versão muito conhecida do ‘Lay Lady Lady’ do Bob Dylan. 

Como é o seu dia a dia?

É muito normal, suponho. É engraçado que as pessoas pensem que levamos um determinado tipo de vida. Na verdade, o Andy vive o rock’n’roll em estúdio com os U2 e a viajar em jatos privados mas eu não. Vivo no campo, colho os meus vegetais e cozinho comida vegetariana. Leio e vejo filmes. Algumas das melhores ideias surgem quando estou a lavar a louça. Sou daquelas pessoas que precisa da normalidade para funcionar. Sou muito calada e introvertida. Vivo rodeada pela natureza, estou com alguns amigos mais chegados e família. Não gosto de ir a festas. 

Embora já tenha levado essa vida.

Sim, quando estava em Manchester. Mas não era muito boa a vivê-la. Os meus amigos consumiam drogas mas comigo não resultava. Quando estou em digressão, preciso do meu espaço de reserva onde possa estar sozinha em sossego. Na estrada é muito difícil, mas para uma vocalista é mesmo necessário. Gostava de poder abandonar os instrumentos e divertir-me em palco mas não estou autorizada (ri-se).

O concerto de dia 14 celebra vinte anos sobre a edição do primeiro álbum. Além dessa, que outras partes da vossa obra foram escolhidas?

A primeira parte do alinhamento é centrada no Lamb (1996). Canções como o ‘Zero’, por exemplo, nunca foram apresentadas ao vivo mas acho que o efeito pode ser muito bonito com a secção de cordas. Vamos viajar por esse tempo. Vai ser muito dinâmico. A segunda parte é dedicada ao resto da nossa carreira, o que é um desafio porque fizemos muita coisa. Vamos ter de sintetizar. Claro que há aquelas que não podemos evitar como o ‘Cotton Wool’ e o ‘Gabriel’ e o resto virá por acréscimo. E vamos tocar o novo single ‘Illumina’. O próximo álbum ainda não está escrito mas já estamos a prepará-lo. Desde 2014 que não tínhamos material novo. Gostamos imenso do último disco, o Backspace Unwind, e adoramos tocá-lo ao vivo. Queremos prestar a nossa homenagem a cada um deles, e não deixar nenhum de fora.