Sport Lisboa e Benfica: acima de tudo, Glorioso!

1.O Sport Lisboa e Benfica tem sido objecto de um intenso (e, manda a verdade reconhecê-lo, eficaz) criticismo. Em volta do sucesso do clube encarnado – tetracampeão nacional, nunca se esqueça deste facto insusceptível de ser apagado pela má-fé de alguns -, tem-se inventado genuínas tramas, enredos, à boa maneira das velhas novelas mexicanas. 2.Alguns…

1.O Sport Lisboa e Benfica tem sido objecto de um intenso (e, manda a verdade reconhecê-lo, eficaz) criticismo. Em volta do sucesso do clube encarnado – tetracampeão nacional, nunca se esqueça deste facto insusceptível de ser apagado pela má-fé de alguns -, tem-se inventado genuínas tramas, enredos, à boa maneira das velhas novelas mexicanas.

2.Alguns – porventura, incomodados com acontecimentos não glorificantes da sua história recente, em matéria de ética e transparência desportiva – querem ocupar o lugar de verdadeiros julgadores de comportamentos de terceiros, como se o rancor da verborreia justicialista pudesse substituir a desilusão dos seus resultados desportivos mais recentes. De quem estamos a falar? Investigue-se!

3.Note-se que temos muita consideração pelos clubes rivais do Glorioso: por todos, sem excepção. Não há vencedores sem dignos vencidos. Não há vitórias honradas sem derrotas honrosas.

Nunca esquecendo, ademais, que as vitórias de hoje serão as derrotas de amanhã – e as derrotas de hoje serão as vitórias de amanhã. Não há vencedores eternos – como não há derrotados permanentes. Apesar de nos termos habituado ao sabor doce da alegria das vitórias do Glorioso,  há que ter a consciência racional que o Benfica perderá algum dia – e que o Sporting ganhará um campeonato algum dia.

4.No entanto, se e quando o Benfica perder, que seja no último segundo, depois de termos lutado até ao fim pela conquista do penta. Para tal, a equipa de futebol do Sport Lisboa e Benfica não poderá (em momento algum!) ser afectada pelo ruído que se prolonga desde Maio, sobre os eventuais emails que terão sido trocados por gente próxima de Luís Filipe Vieira – embora não necessariamente em representação legal, nem mesmo no cumprimento de ordens e instruções de superiores hierárquicos da estrutura dirigente benfiquista.

Parece-nos claro, neste momento, que noventa por cento do conteúdo das mensagens reveladas pelo canal oficial do Futebol Clube do Porto é, jurídica e disciplinarmente, irrelevante.

 Admitimos, no entanto, que é grave que Pedro Guerra tenha recebido informação privilegiada de membros da Federação Portuguesa de Futebol ou que tenha recolhido informação do foro privado e íntimo de árbitros profissionais.

5.Dir-se-á que Pedro Guerra é um mero colaborador da BTV, pelo que os seus actos não poderão ser imputados ao Sport Lisboa e Benfica. É verdade: no entanto, há momentos em que as pessoas têm de perceber que prejudicam mais as instituições do que ajudam.

Há momentos em que a sua saída é mais benéfica do que a sua permanência na estrutura do clube (por mais ou menos precário que seja o respectivo vínculo): ora, Pedro Guerra, em fidelidade ao seu amor pelo Benfica, pelo seu desprendimento material na ligação ao clube, motivado que é apenas pela prossecução do interesse superior do nosso clube, deveria tomar uma decisão muito simples nos próximos dias – até que tudo se esclareça, não exercerá funções (nem como colaborador, nem como funcionário) na estrutura do Sport Lisboa e Benfica (nem na Benfica SAD, nem não Benfica clube, nem no Benfica Multimédia, nem na BTV). É a melhor forma de Pedro Guerra contribuir para o sucesso do Glorioso no presente.

6.O que consta nos bastidores é que os emails de Pedro Guerra não ficam por aqui – e os próximos serão ainda mais comprometedores. Ora, cada dia adicional que Pedro Guerra permaneça no Benfica nesta conjuntura, é um presente dourado para Francisco J. Marques e para a entidade de que é funcionário do ano (e justamente: J. Marques tem sido o verdadeiro timoneiro da estratégia que objectivamente desorientou a pré-época e o início de campeonato do Glorioso…).

7.Dito isto, importa frisar no exercício que só o pluralismo interno existente no Sport Lisboa e Benfica (sem paralelo em outras organizações desportivas) permite, que a reacção da actual direcção (sob a liderança de excelência de Luís Filipe Vieira) revelou-se caótica, descompassada e inequivocamente insuficiente face à gravidade das circunstâncias.

Porque ou estamos a falar de uma displicência clara das estruturas e agentes do Benfica que deveriam ter mais decoro na sua relação com outras entidades administrativas do futebol português – ou de um crime gravíssimo do Futebol Clube do Porto que deveria ser mais veementemente condenado pelo Presidente do Benfica.

8.Nem se diga que as críticas (sempre construtivas, porque não há nenhum benfiquista que não deseje a conquista do penta e, logo, o sucesso do Presidente)  só são legítimas quando a equipa está em alta, na senda das vitórias.

Ora, por definição, quando a equipa ganha, no futebol, significa que está a viver uma época dourada – quem é que critica quando tudo está (ou parece estar) bem?

Ninguém – nem no futebol, nem na política, nem em lado algum.

As críticas, o exercício do direito a apontar erros e denunciar falhas exerce-se, por definição, quando o poder executivo se revela inepto. Na política, quando a economia parece estar bem, quando o Governo faz o que a prudência e a sensatez impõem, as críticas são praticamente inexistentes ou de mero pormenor. Assim é no futebol: quando a bola entra, tudo o resto é secundário.

Se Luís Filipe Vieira não pedir simpaticamente a Pedro Guerra que cesse a sua colaboração oficial com o Sport Lisboa e Benfica, será o próprio Presidente (infelizmente) a pagar a factura.

Será o próximo Presidente que verá o seu processo de substituição democrático e natural acelerado.

 E aí um nome se destaca entre todos os demais putativos candidatos: Rui Gomes da Silva. Poucas dúvidas restam de que é, neste momento, o candidato mais forte para substituir o actual Presidente.

9.Na nossa perspectiva, o timing da sucessão vai depender dos desenvolvimentos da questão dos emails – se, de facto, se confirmar que o respectivo conteúdo é deveras grave (independentemente da sua relevância criminal ou disciplinar), ainda veremos Luís Filipe Vieira a apoiar Rui Gomes da Silva daqui a três anos…

10. De tudo isto, o que é o mais importante? O interesse superior do Glorioso, que está acima de qualquer circunstância pessoal dos seus adeptos, apoiantes e sócios.

joaolemosesteves@gmail.com