Três maiores bancos privados lucraram 1,7 milhões por dia até setembro

Resultado é maior se contabilizarmos lucros do Montepio e do Crédito Agrícola. De fora continua a Caixa ao apresentar prejuízos de 47 milhões

Três dos maiores bancos privados – BCP, Santander Totta e BPI – lucraram ao todo 488,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Dividindo este valor por 273 dias, dá um lucro diário de 1,7 milhões de euros. Mas este bolo poderá ser maior se juntarmos bancos de menor dimensão como o Montepio e o Crédito Agrícola. Aí, estamos a falar ao todo de lucros de 635,6 milhões de euros, o que dá um ganho diário de 2,3 milhões.

O Santander Totta foi o que apresentou melhores resultados ao registar lucros de 331,9 milhões de euros até setembro, o que representa uma melhoria de 13% face a igual período do ano passado. A instituição financeira tem vindo a aumentar a sua atividade em Portugal, desde logo com a compra, em dezembro de 2015, de parte da atividade bancária do Banif (aquando da resolução deste), o que contribui para este aumento de ganhos.

Para já, a atividade do Banco Popular ainda não está refletida na instituição financeira liderada por António Vieira Monteiro, uma vez que a fusão não está concluída.

O segundo melhor resultado pertence ao banco de Nuno Amado. O BCP apresentou 133,3 milhões de euros de lucros nos primeiros nove meses do ano – um valor ainda mais significativo se tivermos em conta as perdas de 251 milhões registadas em igual período do ano passado.

Já o BPI, detido pelo espanhol CaixaBank, registou lucros de 23 milhões de euros até setembro. No entanto, este valor apresentado pelo banco liderado por Pablo Forero representa um recuo de 87% face ao lucro de 183 milhões de euros em igual período de 2016, devido sobretudo à alteração do reconhecimento contabilístico do Banco de Fomento de Angola (de que já não é o principal acionista).

 

Menor dimensão

Também o Montepio conseguiu inverter a tendência de prejuízos registada em 2016 e, até setembro deste ano, apresentou 20,4 milhões de euros positivos. Este valor compara com 67,5 milhões de euros negativos dos primeiros nove meses de 2016.

Já o grupo Crédito Agrícola (Grupo CA) conseguiu quadruplicar os resultados ao apresentar um lucro de 127 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017, ou seja, mais 103,6 milhões de euros que o registado em igual período de 2016.

 

Contraciclo

Ao contrário da maioria da banca privada está a Caixa Geral de Depósitos. O banco público continua a registar perdas, apesar de já serem menores face a anos anteriores. Até setembro, a instituição financeira liderada por Paulo Macedo registou um prejuízo de 47 milhões de euros, uma melhoria face ao prejuízo de 189 milhões de euros em igual período de 2016.

O banco já tinha dito que este ano ainda seria negativo, depois de em 2016 ter apresentado prejuízos históricos de 1859 milhões de euros. No entanto, Paulo Macedo já veio prometer regressar aos lucros já no próximo ano e garante que os resultados dos últimos trimestres reforçam esse cenário.

Também a faltar então os resultados do Novo Banco, que entraria no ciclo das contas negativas, já que os últimos valores conhecidos são do primeiro semestre, quando a instituição financeira liderada por António Ramalho apresentou perdas de 290,3 milhões de euros – ainda assim, melhor do que os 362,6 milhões de euros negativos registados entre janeiro e junho do ano passado.

Mas, a par dos resultados, também os rácios de capital têm vindo a dar sinais de melhoria. O Santander Totta é o que apresenta valores mais elevados, mas o BCP e a CGD são os que revelam melhorias mais significativas neste indicador.