Altice. Cláudia Goya de saída da Meo

Gestora encontrava-se no cargo desde julho. 

Cláudia Goya, presidente executiva da PT/Meo, foi demitida do cargo que ocupava há apenas quatro meses, depois de ter saído da Microsoft Brasil. A sua nomeação ocorreu poucos dias depois da oficialização da oferta de 440 milhões de euros da Altice pela Media Capital, um negócio que se encontra a aguardar a aprovação final da Autoridade da Concorrência (AdC).

Paulo Neves, na altura presidente da PT Portugal, passou a chairman da companhia e ficou com a responsabilidade deste dossier. A demissão surge poucas semanas depois da saída de Michel Combes da presidência da Altice e da profunda reestruturação levada a cabo pela empresa.

Dexter Goei regressou às funções de CEO da dona da Meo, cargo que passa a acumular com o de presidente do conselho de administração e presidente executivo da Altice USA. No entanto, o gestor abandona o cargo de chairman do grupo, que vai voltar a ser desempenhado por Patrich Drahi. Já Dennis Okhuijsen, acual administrador financeiro, passou a acumular o cargo com a nova função de CEO da Altice para a Europa.

A verdade é que a Altice continua a estar sob forte pressão principalmente divido à dívida de 50 mil milhões. Ainda assim já veio garantir que não está a preparar um eventual aumento de capital através da venda de ações. Mas volta a deixar uma certeza: não irá procurar “novas oportunidades de fusões e aquisições significativas”, revelou em comunicado.

Estas afirmações contribuíram para uma valorização das ações da Altice que, nas últimas semanas, têm sofrido fortes perdas. No entanto, esta manhã os títulos chegaram a ganhar 15% para os 9,32 euros. Ainda assim, longe dos 16 euros que valiam no início deste mês. 

Feitas as contas, as ações da empresa já perderam praticamente metade do seu valor desde que a empresa apresentou os seus resultados do terceiro trimestre, a 2 de novembro, em que as receitas caíram 1,8% no terceiro trimestre face ao mesmo período de 2016. Desde o início do ano, a Altice já perdeu 52,74% em bolsa, tendo a sua capitalização bolsista descido para 14,29 mil milhões de euros. 

Para a Altice, além da recuperação em França, a alienação de ativos não essenciais dentro da Altice Europe é fundamental para o plano de alavancagem da Altice. E a pensar nisso lembra que  “iniciou processos para efetuar alienações já no primeiro semestre de 2018 e atualizará os investidores no devido tempo sobre o seu progresso”, acrescentanto, no entanto, que tem “uma estrutura de capital robusta, diversificada e de longo prazo, com uma forte posição de liquidez”.