Marcelo: “Eu continuo a pensar que a legislatura vai até ao fim”

O Presidente da República desvalorizou o conflito, defendendo “o pluralismo” nos debates parlamentares

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou estar confiante de que a divergência entre o PS e o Bloco de Esquerda, causa pela votação da contribuição extraordinária do setor energético não põe em causa a estabilidade do acordo parlamentar.

“Não me preocupa”, disse o Presidente da República aos jornalistas no Terreiro do Paço na sequência do passeio de elétrico com o Presidente da Confederação Suíça. “Há duas coisas diferentes. Uma coisa é, realmente, o pluralismo, a divergência, os debates parlamentares ou fora do parlamento. Isso tem ser, são vivos, faz parte da essência da democracia. Outra coisa é pensar que não haverá, no essencial, na fórmula de apoio ao governo, a estabilidade suficiente para durar a legislatura”, afirmou Marcelo. 

A “vivacidade” ou “intensidade” dos debates foi desvalorizada pelo Presidente que afirma estar confiante na estabilidade governativa. “Eu continuo a pensar que a legislatura vai até ao fim”, reforça.

Para o Chefe de Estado “falta votar um só” Orçamento do Estado, correspondente a 21. No entanto, “é verdade que é aquele que antecede as duas eleições [europeias e legislativas de 2019], mas, precisamente por isso, é aquele que ninguém está a ver que venha a provocar um problema eleitoral antecipado”. 

Em causa está a polémica entre o Bloco de Esquerda e o PS face à alteração do sentido de voto dos socialistas sobre a proposta dos bloquistas. Mariana Mortágua acusou o governo de faltar à palavra e de não ter “nervos de aço” para enfrentar os lóbis das energias.