Menos insolvências mas ainda três vezes superiores ao número de há dez anos

Crescimento faz com que haja menos empresas a fechar portas. Mas valores continuam elevados

As insolvências em Portugal triplicaram em dez anos e, apesar de estarem a diminuir, devido ao crescimento económico, deverão manter-se três vezes mais elevadas que em 2007.

De acordo com o mais recente relatório “Economic Outlook” da Crédito y Caución, “apesar da diminuição, os níveis de insolvência em Portugal vão manter-se cerca de três vezes mais elevados do que em 2007”. O mais recente estudo da seguradora espanhola sustenta que “o crescimento do produto interno bruto (PIB) em Portugal é o mais rápido que se viu numa década” e que Irlanda, Espanha e Holanda vão terminar 2017 como “as economias com maior crescimento da zona euro”.

Para Portugal, a empresa prevê um decréscimo nas insolvências de 10% e 6% em 2017 e 2018, “o que poderia reduzir o seu número “para cerca de 270% dos valores anteriores à crise”. A Crédito y Caución prevê uma redução das insolvências a nível global de 3% este ano e de 2% em 2018, devido à recuperação “cada vez mais robusta na zona euro”.

Fatores improváveis

“Assistimos a uma recuperação generalizada da atividade económica global, com forte apoio da produção industrial, do comércio internacional e do investimento”, refere um relatório da empresa. Mas entre os fatores improváveis que poderiam comprometer a previsão refere “um ajustamento monetário desordenado, correções no mercado de valores ou uma acentuada desaceleração na China que diminua a procura global de importações”.

Em outubro, as insolvências em Portugal diminuíram 8,5% face ao mesmo mês de 2016.

De acordo com a Iberinform, filial da Crédito y Caución, registaram-se 4947 insolvências até final daquele mês, mas as maiores descidas comparativas continuam a verificar-se em julho e setembro (18,3% em ambos os casos).

Os setores de atividade com um decréscimo de insolvências com maior variação percentual em outubro foram a indústria extrativa (40%), comércio a retalho (28,6%) e agricultura, caça e pesca (25,9%). Já as telecomunicações são o único setor com um aumento “acentuado” de insolvências (28%).

Os dados disponíveis apontam ainda para que tenham sido constituídas 3246 novas empresas em outubro, mais 348 em termos homólogos (+ 12%), tendo, no total, Portugal visto surgir 34 215 novos projetos empresariais em 2017, o que se traduz num aumento de 8,7% face a 2016.