Começou o julgamento do PSP acusado de agredir adeptos do Benfica

O subcomissário que em 2015 foi filmado a acredir dois adeptos está acusado de seis crimes

Começou esta segunda-feira o julgamento do subcomissário da PSP, Filipe Silva, que em 2015 agrediu dois adeptos do Benfica depois do jogo contra o Vitória Sport Club em Guimarães.

Filipe Silva foi pronunciado por dois crimes de ofensa à integridade física qualificada, dois crimes de falsificação de documentos e outros dois crimes de denegação de justiça e prevaricação.

A situação, que ficou gravada num vídeo que circulou pelas redes sociais, aconteceu em 17 de maio de 2015, logo após o jogo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica. Segundo o despacho de pronúncia, citado pelo Jornal de Notícias, o subcomissário “desferiu bastonadas” e atingiu o adepto benfiquista com uma joelhada nas costas. Também o pai do agredido terá sido atingido com “dois socos no rosto”.

Segundo a acusação, um dos ofendidos terá dirigido a Filipe Silva “impropérios” sobre a forma como o policiamento do jogo estava a ser feito. No entanto, o arguido, ainda segundo a acusação, usou “de forma excessiva” os meios coercivos “no âmbito dos poderes funcionais que lhe foram legalmente conferidos para o exercício da função policial”, agindo “com grave abuso de autoridade, valendo-se da posição superior de autoridade em que estava investido para consumar a agressão, bem sabendo da especial censurabilidade da sua conduta”.

O subcomissário está ainda acusado de dois crimes de falsificação por ter elaborado um auto de notícia e um relatório “que não correspondiam à verdade, pretendendo justificar a conduta em que incorrera”. Segundo o auto de notícia de Filipe Silva, o adepto filho tinha resistido a uma ordem de detenção e cuspido, ameaçado e injuriado no oficial. A utilização do bastão teria sido devido à “elevada possibilidade” de ser agredido por parte do adepto. Podia ler-se também no documento que o subcomissário teria sido agarrado pelo adepto pai que o tentou manietar, tendo ficado com escoriações no ombro e a farda rasgada.

Durante a fase de instrução, Filipe Silva tinha pedido a acusação de injúria e resistência e coação para as vítimas, um pedido ao qual o juiz não deu provimento.