Socialistas têm responsabilidade de “liderar a Europa por novos horizontes”, disse Stanishev

O presidente dos socialistas europeus elogiou ainda o governo de António Costa. Secretário-geral do PS alertou parceiros europeus para as desigualdades entre sul e norte da Europa

Em conferência de imprensa antes do encerramento da reunião do Conselho do Partido Socialista Europeu, Serguei Stanishev, presidente do PSE, defendeu que os socialistas europeus têm a responsabilidade de "liderar a Europa por novos horizontes" com a candidatura de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo.

"Temos a responsabilidade de liderar a Europa em direção a novos horizontes, para que crie novas e melhores possibilidades, justiça, igualdade, competitividade e proteção para os países europeus e para os cidadãos", disse Stanishev.

Para o líder dos socialistas europeus, a sua família política europeia não poderá ficar "refém nem dos conservadores, que levaram os europeus a perder confiança nas políticas das nossas instituições, nem dos nacionalistas, nem da extrema-direita, dos populistas, que apenas querem destruir a ideia europeia". 

A intervenção de Stanishev não ficou marcada apenas pelo que os socialistas europeus não devem fazer, mas também por elogios à solução governativa saída das eleições legislativas de outubro de 2015. "Estamos muito entusiasmados, porque podemos ver que um governo socialista, em circunstâncias muito difíceis e com um passado pesado de austeridade, conseguiu grande sucesso com as suas medidas económicas e sociais. Isto não é nenhum exagero. Estamos aqui a assistir a um milagre em progresso", garantiu. 

Costa quer salvar a Europa

O secretário-geral do Partido Socialista e primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta tarde que a reforma da União Económica e Monetária, vulgo zona euro, é fundamental para que a moeda europeia "não seja só única mas efetivamente comum", bem como um "fator de união". 

Costa falava perante uma plateia de delegados do Conselho do Partido Socialista Europeu no Pavilhão Carlos Lopes. Para o líder socialista, a "convergência não é apenas transferências de um lado para o outro", mas também a garantia de "que toda a União Europeia e, em particular, a zona euro tenham a necessidade necessária". Em causa encontra-se o "desenvolver a economia com menos riscos e de uma forma mais partilhada e justa para todos". 

Costa não se coibiu a advertir os parceiros europeus. "Se houver mais estabilidade no sul da Europa haverá certamente maior riqueza para o norte da Europa", disse. "Não podemos continuar a ter uma moeda do norte e uma moeda do sul, uma moeda do leste e uma moeda a oeste, temos de ter uma moeda comum a toda a União Europeia", reforçou. 

Para Costa, a solução é clara: a Europa precisa "mais socialistas" nos governos europeus. Ficou por clarificar a estratégia para que isso seja concretizado.