Rio e Santana Lopes elogiam eleição mas deixam avisos

Para os candidatos à liderança do PSD, os créditos da eleição de Mário Centeno para a presidência do Eurogrupo devem ser também imputados ao anterior governo de Pedro Passos Coelho

As reações à eventual eleição de Mário Centeno para presidente do Eurogrupo não se fizeram esperar. Depois de Jerónimo de Sousa ter hoje reagido, chegou a vez dos candidatos à liderança do PSD Rui Rio e Pedro Santa Lopes.

Na opinião de Rui Rio, a eleição de Centeno será uma "excelente notícia", mas se se concretizar "o mérito tem de ser repartido pelos dois governos". Para Rio, as responsabilidades do anterior governo não devem ser menosprezadas ou ignoradas. "Tem de ser repartido pelo anterior governo, por tudo aquilo que fez, e tem de ser repartido pelo governo atual por tudo aquilo que também fez e, portanto, eu acho que para Portugal é uma excelente notícia", explicou.  

Ainda assim, Rio assume alguma cautela na caraterização da importância do cargo, assumindo que não é "absolutamente determinante". Para o candidato à liderança do maior partido da oposição, o cargo "pode ter alguma influência sobre aquio que podem ser as políticas europeias". 

Questionado sobre os riscos que o cargo poderá ter para o governo e para o próprio ministro das Finanças português, Rio afirma que "todo o governo português e em particular o dr. Mário Centeno, quando aceita um cargo desses, está consciente de que vai ocupar uma parte do seu tempo fora de Portugal, mas que tem o ministério das Finanças e toda a equipa das Finanças preparada para continuar a dar a resposta que está capaz de dar. Boa ou má, isso depois logo se vê, é a resposta que está capaz de dar". 

Por seu lado, Pedro Santana Lopes segue na mesma melodia. É motivo de satisfação, mas não é imune a preocupações. "Parece-me bem para Portugal. Sempre que um português se candidata a um cargo de relevo nas instâncias internacionais, isso deve ser motivo de satisfação. Neste caso há uma preocupação conexa que é o modo como irá funcionar o ministério das Finanças". 

"Depois do primeiro-ministro, julgo que deve ser o membro do governo sempre com a agenda mais preenchida – este ou qualquer outro ministro das Finanças – e, por isso, ainda o Eurogrupo com certeza que é muitíssimo complicado", explicou. 

Santana Lopes também considera que o anterior governo PSD-CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, também tem responsabilidades neste desfecho. Para o social-democrata, a eleição de Centeno é possível "graças à boa imagem" e "aos bons resultados de Portugal", o que advém não só do trabalho do atual govern, como também do anterior. 

A eleição para a presidência do Eurogrupo, o fórum dos ministros das Finanças da zona euro, decorrerá na próxima segunda-feira em Bruxelas.