Liberalização das telecoms implica investimento

A BMI Research considera que a abertura do mercado das telecomunicações de Angola a um novo operador é positiva porque traz mais concorrência, mas alerta que a entrada obrigará a um avultado investimento inicial. 

A consultora do grupo Fitch aponta que a "iniciativa é positiva para o mercado das telecomunicações, já que as subscrições de comunicações móveis e fixas cresceram pouco nos últimos anos”.

“Entrar no mercado angolano vai obrigar a um investimento extenso; consequentemente, acreditamos que só os operadores já estabelecidos e com financiamento robusto e uma marca já existe, como a Viettel, Orange ou Vodafone, podem ter sucesso”, escrevem os analistas, citados pela agência Lusa.

No entanto, acrescentam, a “insistência do Governo em manter parte da Angola Telecom (AT) vai limitar o interesse dos operadores mais comerciais".

O Estado quer privatizar 45% do capital social da empresa pública AT, que atem apenas rede fixa. Segundo o governo, a privatização parcial da AT permitirá garantir o investimento necessário à entrada nas comunicações móveis.

O governo angolano lançou no final de novembro o concurso público internacional para um quarto operador de telecomunicações. A apresentação de propostas – até 27 de fevereiro do próximo ano – inclui a rede fixa, móvel e de televisão por subscrição.

O mercado angolano é dividido entre a Unitel, com 73% da quota de mercado, e a Movicel, com 27%, o que, segundo a BMI Research, trouxe consequências negativas para a inovação e a escolha dos consumidores".

Mas ao mesmo tempo, a referem os analistas, taxa de penetração móvel ligeiramente abaixo dos 50% "traz um considerável crescimento potencial para a Angola Telecom e para o quarto operador".