Adoção ilegal de crianças pela IURD já tinha sido denunciada à Segurança Social em 2000

Na década de 90 foram retiradas, pelo menos, dez crianças às mães e entregues para adoção

Há pelo menos 17 anos que a Segurança Social tem conhecimento das denúncias relacionadas com os alegados roubos de crianças do centro de acolhimento, financiado pela Igreja Universal do Reino de Deus – IURD.

De acordo com a Renascença, a denúncia terá sido feita pela linha SOS Criança, mas no entanto só agora é que a Segurança Social reagiu, depois de a TVI ter revelado o caso publicamente.

Segundo apurou a TVI, pelo menos dez crianças que viviam num lar financiado pela IURD, a "Casa de Acolhimento Mão Amiga", em Camarate, foram retiradas, de forma ilegal, às suas mães na década de 90 e entregues para adoção.

O Ministério Público já abriu um inquérito sobre esta alegada rede de adoções ilegais de crianças portuguesas ligadas à IURD.


Direito de Resposta

"O jornal SOL publicou um artigo intitulado "Adoção ilegal de crianças pela IURD já tinha sido denunciada à Segurança Social em 2000", no qual é afirmado que na década de 90, pelo menos dez crianças que viviam num lar financiado pela IURD, foram retiradas, de forma ilegal, às suas mães e entregues para adoção.
Tudo isto é manifestamente falso.

A referida instituição recebia crianças, todas elas lá colocadas no seguimento de pedidos de proteção e promoção, emitidos por tribunais ou pelas próprias comissões especializadas na proteção de menores. Essas crianças eram continuamente acompanhadas por técnicas da Segurança Social que frequentemente se deslocavam à referida instituição.

Os processos de adoção não padecem de qualquer vício formal ou ilegalidade. Ao contrário do que é afirmado, foi sempre assegurado o direito ao contraditório dos pais biológicos que inclusive foram regularmente citados no âmbito das ações de confiança judicial com vista a futura adoção, como aliás consta expressamente de documentos que integram os referidos processos judiciais.

Em momento algum a igreja "roubou" qualquer criança dos seus pais biológicos.

Em todos os casos, foi sempre a Segurança Social e as instâncias judiciais que, por diferentes motivos, consideraram que as crianças estariam melhor no lar da IURD, do que a viver no ambiente familiar onde naquela altura estavam inseridas.
A afirmação de que existia uma "rede de adoções ilegais" é absurda e, para além de afetar o bom nome e reputação da nossa instituição, põe em crise todo o extraordinário trabalho que a igreja tem vindo a desenvolver nesta área social.
Repudiamos todas as imputações e falsas afirmações que o artigo lança sobre a nossa Igreja, exigindo a reposição da verdade, para salvaguarda da reputação de todos aqueles que partilham a nossa fé."

A Direção da IURD
João Carlos Capinha Filipe
Maria João Romão Dias