Kwanza indexado ao dólar pode acabar

O ministro das Finanças de Angola admitiu estar a estudar o fim da indexação do kwanza ao dólar, mas acompanhando de perto a variação da moeda para garantir que não vai flutuar de forma descontrolada.

"Vamos olhar atentamente para a grande diferença entre a taxa de câmbio oficial e a paralela, e considerar deixar que a moeda flutue, mas isso será feito com um olhar atento para garantir que o kwanza não fique descontrolado", revelou Archer Mangueira em entrevista.

Ao “The Banker”, uma revista do grupo do “Financial Times”, o governante angolano disse que o país tem "carregado um fardo pesado por ter mantido uma taxa fixa face ao dólar desde abril de 2016", o que originou um enorme desfasamento entre a taxa oficial e as transações feitas no mercado paralelo.

Já depois da entrevista publicada, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA) anunciou que não haverá uma desvalorização do kwanza, mas admitiu que a moeda angolana poderá perder valor em relação ao dólar e ao euro.

José de Lima Massano, citado pelo Novo Jornal, revelou que o BNA vai criar uma banda de flutuação e que “se esta não for ultrapassada, não haverá intervenção”, acrescentando que “vai ser o mercado a dterminar o câmbio do kwanza e a depreciação da moeda.

Desde o primeiro trimestre de 2016 que o a taxa de câmbio oficial definida pelo Banco Nacional de Angola está fixa nas 166 kwanzas por cada dólar e 186 kwanzas por cada euro.

No entanto, face à falta de divisas aos balcões dos bancos comerciais, o mercado de rua, para muitos a única alternativa para conseguir moeda estrangeira, desde as eleições gerais de agosto que antecipa uma desvalorização oficial da moeda angolana.

No mercado de rua, as transações são feitas a 430 kwanzas cada dólar e 510 kwanzas a cada euro.