Congresso do Livre com lista única para a direção

Os cerca de 700 militantes vão eleger os novos órgãos do partido a 20 de janeiro

Legalizado a 19 de março de 2014 pelo Tribunal Constitucional, o LIVRE, o partido da papoila, terá no próximo dia 20 de janeiro o seu VI Congresso para os seus cerca de 700 militantes elegerem os órgãos internos e aprovarem as moções estratégica e setoriais. "Este congresso tem o intuito de relançar o LIVRE para ganhar balanço para as europeias e legislativas de 2019", disse ao i Paulo Muacho, dirigente nacional.

O congresso elegerá novos membros para o órgão executivo, o grupo de contacto, para a assembleia e para o conselho de jurisdição, o órgão responsável pela interpretação e aplicação dos estatutos do partido. 

Apesar de ter defendido a unidade das forças progressistas e de esquerda, o Livre obteve um resultado abaixo do esperado pelos seus dirigentes e militantes nas eleições legislativas de outubro de 2015, não conseguindo eleger qualquer deputado para a Assembleia da República. Com o investimento feito nas eleições e o resultado alcançado, o partido ficou com uma dívida significativa nas mãos.

"A situação não está ainda totalmente sanada. O que temos neste momento é uma fatura por pagar relativamente aos outdoors", divulgou o dirigente. Uma dívida que não será apenas paga pelo partido, mas por todas as forças políticas – Fórum Manifesto e Renovação Comunista – e grupos de independentes que participaram no movimento LIVRE-Tempo de Avançar. 

A poucos dias do congresso, apenas está a ser formada uma lista para o órgão executivo. "É uma lista que já se está organizar, que é precisamente a das pessoas que neste momento já estão na direção do partido", disse Muacho. Uma lista de "continuidade" e de "convergência" que privilegiará a ecologia e a democratização da União Europeia, a pensar nas eleições europeias de 2019.

No plano nacional, Muacho reafirmou a satisfação do Livre pela solução governativa saída das eleições legislativas de 2015, mesmo que com as falhas de percurso que o partido tem apontado à governação socialista, como na política ecológica e nos recibos verdes, por exemplo.

"Numa análise global foi bastante positivo haver uma inversão do rumo de destruição dos direitos e da economia pelo governo PSD-CDS. A geringonça tem todo o mérito de ter posto um travão e de ter iniciado o percurso de recuperação de rendimentos das famílias e pessoas", disse o dirigente. "Ainda assim, consideramos que é necessário ir mais longe e fazer mais e ter um outro projeto mais ambicioso para Portugal do que aquele que neste momento parece estar a ser aplicado", complementou. 

Mesmo que ainda faltem dois anos para as eleições europeias e legislativas de 2019, este congresso que agora se realiza terá como objetivo começar a preparar esses confrontos eleitorais. "Os órgãos que vão ser eleitos neste congresso serão os que estarão em funções na altura das próximas eleições, tanto europeias como legislativas, que vão preparar todo esse trabalho", afirmou. Já quanto aos objetivos, Muacho preferiu não fazer prognósticos, mas garantiu que os objetivos passam por conquistar assentos no Parlamento Europeu e na Assembleia da República nas próximas eleições.