Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, questionou António Costa sobre a razão para não ter utilizado os 0,2% do PIB que utilizou para apresentar um défice do que estava acordado com Bruxelas.
“O que diz a quem hoje está nas esperas das urgências porque não investiu esses 385 milhões de euros na saúde onde devia ter investido?”, questionou a líder bloquista. A resposta de Costa foi de que o governo está a “investir no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para cada vez o SNS ser melhor”.
“É graças à diminuição do défice que temos vindo a diminuir a dívida”, disse o primeiro-ministro acrescentando que só baixando a dívida poderá investir na Saúde. “Quem está nas salas de espera sabe bem que quando as finanças públicas não estão sãs, eles são os primeiros a pagar”.
Mesmo depois de Costa ter afirmado que o investimento na saúde aumento, Catarina Martins afirma a questão não é o aumento do investimento mas sim os “385 milhões que podia ter utilizado e mesmo assim preferiu cumprir os acordos” com Bruxelas. “Está a falhar aos compromissos com o país para cumprir compromissos que não foram feitos com Bruxelas e é isso que é completamente inaceitável”.
Catarina Martins voltou a trazer ao hemiciclo o tema da EDP, acusando o governo de dar condições especiais à empresa. “Qualquer outra empresa que paga a eletricidade não tem as mesmas condições que a EDP tem, talvez não consiga contratar o número de ex-ministros que a EDP tem”.
António Costa afirmou que o Estado já tomou “três decisões da maior importância”, que consistiram na descida da tarifa da eletricidade, a redução “histórica” do acesso às redes e aredução de 740 milhões de euros na dívida tarifária. “Uma coisa é o que nós desejamos, outra coisa é o que nós somos obrigados a cumprir que são os contratos que estão em vigor”, acrescentou Costa. Uma resposta dada à questão levantada pela líder bloquista: “Porque é que à EDP se aceita que não cumpra a lei?”