Nova geração levanta cabeça

Um dos últimos torneios de 2017 foi a Final Next Gen do ATP World Tour em Milão e muito se tem falando sobre a nova geração de jogadores de sub-21. A campanha Next Generation do ATP World Tour nasceu no torneio de Indian Wells, em março de 2016, com destaque para os seguintes jogadores: Nick…

Um dos últimos torneios de 2017 foi a Final Next Gen do ATP World Tour em Milão e muito se tem falando sobre a nova geração de jogadores de sub-21.

A campanha Next Generation do ATP World Tour nasceu no torneio de Indian Wells, em março de 2016, com destaque para os seguintes jogadores: Nick Kyrgios, Alexander Zverev, Borna Coric, Kyle Edmund, Jared Donaldson, Hyeon Chung, Thanasi Kokkinakis, Andrey Rublev, Yoshihito Nishioka, Frances Tiafoe e Elias Ymer.

Em 2017 o tema reforçou-se por causa do torneio de Milão, que experimentou algumas das novas regras a implementar no futuro e isso ajudou a promover esta campanha de marketing do circuito masculino.

Pretende-se chamar a atenção do público e dos media de que há vida para além do Big Four e que há mais no ténis do que Roger Federer, Rafael Nadal, Novak Djokovic, Andy Murray, Stan Wawrinka, Marin Cilic e Juan Martin del Potro – para nomear apenas os raros campeões de torneios Grand Slam desde 2006!

Na Europa vive-se um novo processo de futebolização do desporto e nos Estados Unidos há uma forte reação das modalidades tradicionais como o futebol americano, beisebol, basquetebol, entre outros.

O ténis não tem perdido audiências. Pelo contrário, tem conquistado terreno, principalmente nos grandes eventos.
No Eurosport, onde comento ténis e golfe, o US Open e Roland Garros bateram recordes de audiência em 2017 e fixaram-se entre os mais fortes acontecimentos desportivos do ano.

Mas o ATP World Tour sabe que esse sucesso está dependente das grandes figuras e há um receio legítimo de que possa haver uma crise de notoriedade pública quando as estrelas se retirarem.

King Roger tem 36 anos, Rafa, Djoko, Andy e Stan somam 30 ou mais anos. E depois de um fabuloso 2017 quase totalmente dominado pelo rejuvenescimento da lendária rivalidade Roger-Rafa, teme-se pelo futuro.

Por muito que as novas metodologias de treino ajudem, o corpo de um trintão ressente-se mais da violência inerente às exigências do circuito profissional.

Veja-se como a poucos dias do início do Open da Austrália, só Federer não está lesionado. Nadal, Wawrinka e Djokovic estão em dúvida para Melbourne, com problemas nos joelhos e no cotovelo direito; enquanto Murray e Nishikori, magoados, respetivamente, numa anca e no pulso direito, já anunciaram as suas desistências do primeiro Major de 2018.

Os membros da Next Gen estão a aproveitar essa abertura para começarem a criar um nome próprio no mercado. Para a semana voltarei ao tema.