EUA. Bannon entra na mira do caso russo

O incendiário americano acusou o filho e genro de Donald Trump de encontros “nada patrióticos” e com ares de “traição”. 

O ex-conselheiro presidencial e incendiário político da direita norte-americana, Steve Bannon, foi esta terça-feira convocado pelo procurador especial Robert Mueller para prestar declarações a 23 jurados sobre possíveis ligações da campanha de Donald Trump a agentes russos que atacaram as eleições.

A notícia foi avançada esta terça à noite e dá conta de um novo desenvolvimento na investigação, que até ao momento não havia usado a importante figura do “grande júri” para interrogar funcionários da campanha.

A tática, segundo escrevia esta terça o “New York Times”, que dá a notícia, também pode ser uma maneira de pressionar Bannon para negociar um interrogatório mais informal.

O momento da intimação pode estar ligado às declarações de Bannon no livro recentemente publicado sobre a nova Casa Branca, “Fire and Fury”, no qual o antigo conselheiro argumenta que os encontros realizados entre o filho e o genro de Donald Trump e representantes russos têm todo o ar de “traição” e não foram “nada patrióticos”.

Bannon – cujas declarações causaram furor em Washington e levaram Donald Trump a cortar publicamente a relação entre os dois – corrigiu-se dizendo que as declarações do livro foram citadas fora do contexto e que se dirigiam a Paul Manafort, ex-gestor da campanha e um dos principais alvos da investigação de Mueller.

Esta terça-feira foi também o dia em que Bannon foi interrogado à porta fechada pelo comité do Congresso que investiga as possíveis ligações russas e opera independentemente de Mueller.

Bannon, que por causa das declarações no best-seller abandonou a publicação nacionalista “Breitbart” e perdeu quase todos os apoios em Washington, não reagiu às perguntas dos jornalistas.