Corrida à presidência da concelhia do PS do Porto decide-se hoje

De mandatário de campanha a adversário direto. Renato Sampaio e Tiago Barbosa Ribeiro vão hoje a votos na concelhia.

Corrida à presidência da concelhia do PS do Porto decide-se hoje

Um ‘Pelo Porto’, outro pela ‘Ambição de Vencer’. A corrida à presidência da concelhia do PS do Porto decide-se hoje e põe de um lado o atual presidente, Tiago Barbosa Ribeiro, e do outro o ex-líder da Federação Distrital, Renato Sampaio.

A primeira candidatura apresentada foi de Renato Sampaio e defende «uma nova estratégia para o concelho do Porto». Depois da derrota de Manuel Pizarro nas autárquicas de outubro, Sampaio disse ao SOL que o objetivo é promover «uma nova cultura política no PS/Porto com a ambição de vencer as eleições em 2021».

No entanto, a estratégia para a vitória ainda está «absolutamente em aberto». «Não tenho neste momento um candidato nem estou comprometido» com ninguém, acrescentou, lembrando que o mandato da concelhia tem a duração de dois anos, o que significa que quem escolherá os candidatos às autárquicas será comissão seguinte.

Tiago Barbosa Ribeiro vê os próximos anos como um período para «perceber as dificuldades que o PS tem tido na cidade». «O PS no Porto tem de perceber que não há soluções milagrosas. Não vai aparecer nenhum D. Sebastião vindo dos nevoeiros para ser candidato à Câmara», afirma.

O principal ponto de desacordo entre as duas listas é, precisamente, um acordo. Durante o mandato de Tiago Barbosa Ribeiro, o PS aceitou assumir um pacto com o independente Rui Moreira, de forma a que Moreira pudesse constituir a maioria na Câmara.

«Eu recuso essa divisão [pelo acordo]», diz Barbosa Ribeiro, «porque o Renato Sampaio apoiou o acordo com Rui Moreira». O atual presidente da concelhia explica que o entendimento entre o PS e o presidente da Câmara foi um dos principais temas da sua candidatura em 2015,  da qual Renato Sampaio foi mandatário. «O processo foi absolutamente participado, foi absolutamente escrutinado e foi votado» pela concelhia, esclarece Barbosa Ribeiro.

Nos objetivos apresentados, o atual presidente defende o acordo como uma interpretação feita com «lucidez» e acredita que o partido evitou a «postura ressentida e isolacionista» e «colocou os interesses da cidade em primeiro plano». Mas, «quando o PS se viu confrontado com a deslealdade e a arrogância do atual presidente da Câmara Municipal do Porto, colocou no terreno, em tempo recorde, uma sólida candidatura à autarquia portuense», pode também ler-se no documento.

O resultado das autárquicas não é para Barbosa Ribeiro algo que irá prejudicar a candidatura. «Não era o que nós esperávamos», admite, lembrando as condições em que Manuel Pizarro construiu a sua campanha. No  entanto, «melhoraram a nossa posição face ao último ato eleitoral», acrescenta. 

 Sobre o resultado de Pizarro e o trabalho de Barbosa Ribeiro à frente da concelhia,  nem uma palavra por parte de Sampaio. «Os militantes do PS na concelhia do Porto conhecem-me bem e sabem que eu não falo de política pública de camaradas meus», afirma.

Assumidamente socrático, e muito próximo do ex-primeiro-ministro, Renato Sampaio traz para a corrida um conjunto de oito compromissos, entre eles «o do respeito pelo passado do PS», «o de sanar eventuais divergências de percurso» e «o de garantir que a concelhia do Porto será um apoio ao nosso Governo e ao primeiro-ministro António Costa».