BPI reduz lucros para 10,2 milhões em 2017

 Este valor é bastate inferior ao lucro consolidado de 313,2 milhões de euros em 2016. 

O resultado líquido consolidado do BPI foi de 10,2 milhões de euros no ano passado, revelou a instituição financeira liderada por Pablo Forero em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Um valor bastante inferior ao lucro consolidado de 313,2 milhões de euros no ano anterior. Esta queda deve-se, de acordo com o BPI à venda de 2% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA) e ao programa de rescisões. 

Caso contrário, a instituição financeira teria alcançado um lucro de 191 milhões de euros na atividade em Portugal e de 208 milhões em Angola, que de acordo com Pablo Forero foi “o mais altos dos últimos 10 anos”.

A venda de 2% do capital do BFA à Unitel teve um impacto negativo de 320 milhões para as contas do BPI – o impacto contabilístico da venda de 2% e desconsolidação do BFA foi menos 212 milhões de euros, e os impactos extraordinários na atividade em Angola no 4.º trimestre de 107,4 milhões de euros. A ideia, segundo Pablo Forero, é continuar a reduzir a sua posição no BFA onde ainda detém 48,1%. “Temos de fazer o que o supervisor diz. A boa notícia é que não temos uma data-limite, o que temos é uma intenção e temos de trabalhar nisso”, revelou durante a apresentação de resultados, afirmando ainda que não haverá uma saída no curto prazo, mas sim no longo prazo.

Já o programa de rescisões e de reformas antecipadas voluntárias representou um custo de 78 milhões de euros no ano passado – um total de 4931 trabalhadores em Portugal, menos 594 face a 2016. Pablo Forero afasta, no entanto, novas saídas de trabalhadores e encerramentos de mais balcões – banco tinha 431 balcões no final de 2017, menos 14 do que os 445 de 2016.

A instituição financeira conseguiu uma mais-valia de nove milhões de euros resultante da venda da BPI Vida e Pensões ao Grupo CaixaBank (o atual dono do BPI).

Os recursos totais de clientes aumentam 1800 milhões para para 32.960 milhões de euros com o crescimento do volume de transações a contribuir para a subida de 8,9% nas receitas de comissões. Já a carteira de crédito às empresas aumentou 411 milhões para para 6863 milhões de euros (exclui project finance e a carteira da sucursal de Madrid). Já a carteira do segmento de grandes e médias empresas subiu 4,6% e o crédito a empresários e negócios progrediu 10,5%.

“A elevada qualidade da carteira de crédito permitiu uma descida das imparidades, ao passar de 33 milhões de euros em 2016 para 25,2 milhões de euros em 2017. Em termos anualizados, o custo de crédito diminui de 0,15% em 2016 para 0,11% este ano. O custo do risco de crédito, medido pelas imparidades líquidas de recuperações de crédito anteriormente abatido ao ativo, desceu de 19 milhões de euros (0,09%) em 2016 para -5 milhões (-0,02%), em 2017”, revelou em comunicado à CMVM. 

O BPI apresentou um nível de crédito em risco de 2,9%, com um rácio de cobertura de 163% por imparidades e colaterais, pelos critérios do Banco de Portugal. 

Em relação à operação que juntou BPI e CaixaBank, Forero anunciou que o objetivo de sinergias de 120 milhões de euros, até 2020, está já em cumprimento, com medidas executadas ou em execução.