Caixa Geral de Depósitos com lucro de 51 milhões em 2017

Um resultado que contrasta com os números de 2016 quando apresentou perdas de 1.859 milhões de euros, depois do reconhecimento de mais de 3 mil milhões de euros de imparidades.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) fechou o ano de 2017 com lucro de 51 milhões de euros. A informação foi avançada esta sexta-feira pela instituição financeira. Um resultado que contrasta com os números de 2016 quando apresentou perdas de 1.859 milhões de euros, depois do reconhecimento de mais de 3 mil milhões de euros de imparidades.

"A implementação do plano estratégico conclui com sucesso o ano de 2017, resultando na melhoria dos seus níveis de eficiência e rentabilidade gerando um resultado líquido", revelou a Caixa, em comunicado à CMVM.

O presidente da administração, Rui Vilar, disse esta tarde que estes resultados representam um "sinal de virar de página".

Ainda assim, a atividade doméstica continua a apresentar perdas, com resultado líquido negativo de 175,9 milhões de euros, enquanto a atividade internacional apurou lucros de 227,8 milhões de euros.

A margem financeira  aumentou 19% para os 1.241 milhões de euros. Já as comissões líquidas registaram um crescimento de 3% face a 2016. No entanto, Paulo Macedo garante que "a Caixa ainda não recuperou os níveis de cobrança de comissões de 2015". 

As provisões e imparidades atingiram 677,1 milhões e respeitam sobretudo a provisões e imparidades de outros ativos (líquido) que totalizaram 591,2 milhões, incluindo elementos de natureza não recorrente, relacionados com o provisionamento referente a programas de redução de pessoal até 2020 (226,9 milhões) e reestruturação e alienação de atividades internacionais (382,3 milhões). 

Os depósitos de clientes caíram 4,6%, sobretudo na actividade internacional. Em Portugal, a CGD conta com 42.319 milhões de depósitos. De qualquer forma, e seguindo uma tendência geral na banca, aumentaram em 8,5% os recursos fora de balanço, sobretudo fundos de investimentos e Obrigações do Tesouro Rendimento Variável (OTRV).

Em Portugal, o crédito cedeu 7,9% para 48.779 milhões de euros, com quebras nas empresas (-14%) e nos particulares (-4,5%).

Já nos primeiros nove meses de 2017, o banco registou um prejuízo líquido de 47 milhões de euros, uma diminuição face ao prejuízo de 189 milhões no mesmo período de 2016. Em setembro, Paulo Macedo já tinha dito que os resultados dos últimos trimestres reforçavam a ideia de que a CGD deve voltar a registar lucros já este ano. 

Recorde-se que, em em março passado, a instituição bancária anunciou que, no âmbito do plano estratégico negociado com Bruxelas, a CGD iria dispensar 2.200 pessoas e encerrar cerca de 180 agências.