Caso Fizz põe Proença de Carvalho em causa

Orlando Figueira e Paulo Blanco não desarmam: o advogado é o culpado de estarem arguidos. Proença continua a dizer que não teve qualquer intervenção. A sociedade de advogados ‘não faz comentários’ sobre a eventual relação entre este caso e as mudanças na Úria Menendez.

Caso Fizz põe Proença de Carvalho em causa

Duarte Garin, deixou de ser sócio-diretor da sociedade de advogados Úria Menendez – Proença de Carvalho no início de janeiro. Alteração que acontece numa altura em que são várias as notícias vindas a público sobre o alegado envolvimento de Daniel Proença de Carvalho no caso Fizz, no qual estão acusados por corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal o ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira e o ex-vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, entre outros.

Questionado pelo SOL sobre a eventual relação entre os dois factos, a sociedade de advogados respondeu: «Não temos quaisquer comentários a fazer». 

Desde que arrancou o julgamento da Operação Fizz, há duas semanas, que o nome de Daniel Proença de Carvalho tem surgido em várias notícias com possíveis ligações ao caso. Sobre um eventual mal-estar entre os sócios-diretores portugueses e espanhóis, o escritório não tece «quaisquer comentários». A mesma resposta foi dada ao SOL sobre uma eventual reunião que decorreu em Madrid, durante esta semana, para discutir o impacto na reputação da sociedade. 

Ainda esta semana Daniel Proença de Carvalho disse ao Expresso que vai pedir à Ordem dos Advogados o levantamento do sigilo profissional  de forma a poder testemunhar em tribunal. A decisão foi tomada depois de a defesa de Orlando Figueira ter pedido, na passada quinta-feira durante a sessão de julgamento, que algumas escutas, que podem implicar Proença de Carvalho, pudessem ser juntas aos autos (ver texto ao lado).

Questionado pelo Expresso, o advogado disse apenas que: «Não ouvi a escuta e não comento para já», acrescentando que «o conhecimento que eu tenha tido relativamente a este tema está sujeito a sigilo profissional e portanto eu tenho de ter a dispensa desse sigilo».  

Ontem, o SOL tentou contactar Daniel Proença de Carvalho mas, até à hora de fecho desta edição, não teve sucesso.  

Também durante a semana passado foi feito o anúncio formal da nova direção da Úria Menendez – Proença de Carvalho, confirmando os nomes de Bernardo Ayala e Antonio Villacampa como novos socios-diretores. Mas a saída de Duarte Garin da direção do escritório de advogados aconteceu no dia 1 de janeiro, 17 anos depois de ter fundado o escritório da Uría em Portugal. Garin foi ainda um dos  coordenadores da fusão com o escritório de Daniel Proença de Carvalho, em 2010. 

Agora, o advogado assume funções como sócio responsável pelo Departamento de Imobiliário. 

De acordo com a página oficial da sociedade, Bernardo Ayala é sócio da Uría Menéndez desde 2008. Antes passou pela Sérvulo & Associados e acumulou experiência nas áreas de Direito Público, operações de project finance, energia e recursos naturais, em temas como contratação pública, contencioso administrativo e arbitragem ou fusões e aquisições. Em 2009, foi destacado nos prémios 40 under 40 pela revista Iberian Lawyer.

Antonio Villacampa Serrano entrou na sociedade em 1995 e tornou-se sócio em 2005, especializando-se em fusões e aquisições, Direito Comercial e Financeiro. Também, em 2007, recebeu o prémio 40 under 40 da Iberian Lawyer.