Ex-mulher de Gary Oldman fala do que sofreu num casamento de “pesadelo”

“O nosso casamento foi como um gigantesco acidente de automóvel no qual aconteceu uma série de coisas dementes. Perdi a minha auto-estima”, diz a ex-mulher do actor nomeado para o Óscar de Melhor Actor

Donya Fiorentino, de 50 anos, tem dois filhos com o aclamado actor nomeado para o Óscar de Melhor Actor depois de se ter sujeitado diariamente a quatro horas de maquilhagem durante a rodagem de "A Hora Mais Negra" para passar por gordo e vestir a pele de Winston Churchill nos momentos decisivos da II Guerra Mundial. Numa altura em que o lume aquece debaixo dos caldeirões de todos aqueles que têm um passado e que se vêem na iminência de algum ponto alto nas suas carreiras, foi a hora de Fiorentino voltar a afiar a faca na imprensa e vir lembrar o inferno que terá vivido durante os quatro anos de matrimónio com Oldman, isto na década de 1990.

A hora não podia ser mais propícia, e o actor que era dado como preferido à vitória nos Óscares, tendo ganho já o Globo de Ouro pelo mesmo papel, pode ver a vida a andar para trás e passar ele mesmo pela hora mais negra se as acusações da ex-mulher conseguirem pintar-lhe um alvo nas costas. Diz Donya Fiorentino que, depois do casamento com Oldman ficou "desfeita", e compara aqueles quatro anos a um "pesadelo" e a um "acidente de automóvel".

Fiorentino chegou a fazer queixa junto da polícia depois de alegadamente ter sido agredida pelo actor diante dos filhos. As acusações foram submetidas no Tribunal Superior de Los Angeles no âmbito do processo de divórcio, em 2001. O "New York Daily News", foi escavar esses papéis, e cita as palavras de Fiorentino quanto ao momento da agressão: "Quando peguei no telemóvel para chamar a polícia, o Gary pôs-me a mão no pescoço e apertou. Recuei com o telefone na mão. Tentei ligar para o 911 (linha de emergência).

"O Gary arrancou-me o telefone da mão e bateu-me com ele três ou quatro vezes na cara. As duas crianças choravam enquanto assistiam a isto", lê nos papéis de divórcio.

Por seu lado, Oldman sempre negou os factos descritos na acusação, afirmando que "estão repletos de mentiras, insinuações e meias-verdades". A questão agora é que, dada a recente inversão do ónus da prova, a palavra de Oldman vale quase nada frente à palavra de uma mulher, e o actor a quem o tribunal conferiu a guarda exclusiva dos dois filhos pode bem vir a receber do tribunal da opinião pública uma sentença em sentido oposto.

Douglas Urbanski, manager de Oldman e parceiro numa empresa de produção, defende que não só a agressão nunca teve lugar como as acusações não tiveram procedência, nem houve lugar a interposição de uma acção criminal. Mas Fiorentino aproveitou o momento de sucesso na carreira do ex-marido e veio agora afirmar que o seu talento à frente do ecrã nunca se traduziu numa capacidade ao nível relacional. "Ele é um actor fantástico. Mas foi um marido fantástico? Não", disse este domingo ao tablóide nova-iorquino.

Referindo-se aos primeiros tempos da relação com Oldman, Fiorentino reconheceu: "Parece-me que é justo dizer que nunca fomos as pessoas mais estáveis em qualquer sala", e não fica por aqui, mas traça um perfil psicológico do ex-marido: "Nunca tinha conhecido uma pessoa tão frágil, tão vulnerável emocionalmente. Ele era encantador e eu pensava que podia curá-lo. Apaixonámo-nos… demasiado depressa. Não nos conhecíamos. Éramos dois estranhos que se tinham casado."

Depois veio a tragédia: "O nosso casamento desenrolou-se como um gigantesco acidente de automóvel no qual aconteceram coisas dementes. Eu perdi a minha auto-estima… Fiquei desfeita. Preferia ser devorada por um tubarão branco do que passar outras vez por aquele casamento", diz Fiorentino.

Oldman vai hoje na sua quinta tentativa no que toca ao "e viveram felizes para sempre". Está casado com Gisele Schmidt, tendo casado antes com a cantora de jazz Alexandra Edenborough, com a também nomeada ao Óscar Lesley Manville, e com a actriz Uma Thurman. Fiorentino foi a terceira mulher de Oldman.

Em 2014, Oldman tinha já estado envolvido numa forte polémica ao defender Mel Gibson numa entrevista que concedeu à "Playboy". Oldman, que sabe o que é bater no fundo, e também não tem as forças para defender tudo o que já terá dito sob a influência do álcool, não achou que Gibson merecesse ser crucificado por Hollywood, execrado pela hipócrita indústria depois de se ter posto com uma pregação anti-semita que acabou com a sua detenção e em que, entre outras idiotices, terá dito: "Os judeus são responsáveis por todas as guerras no mundo".

Mais tarde, Oldman foi obrigado a emitir um comunicado a desdizer-se, enviando uma carta à Liga Anti-Difamação: "Sinto profundos remorsos pelos comentários que fiz recentemente na entrevista à 'Playboy', que foram ofensivos para muitos judeus. Ao ler o que disse no papel, percebo como fui insensível e como estes podem contribuir para levar adiante falsos estereótipos".