Bloco de Esquerda não quer venda de canábis nas farmácias

O partido que mais se bateu, até agora, pela legalização do consumo de canábis prefere venda em locais específicos. 

O Bloco de Esquerda defende há muito tempo a legalização da canábis, mas preconiza a venda em locais específicos. O deputado bloquista Moisés Ferreira explica ao SOL que «a venda em farmácias acaba por confundir os fins – a medicinal e a recreativa». O deputado bloquista diz que o partido está focado na discussão que está a acontecer no parlamento sobre  o uso da canábis para fins medicinais. Só quando este processo estiver concluído poderá avançar com o projeto de lei destinado a regulamentar o consumo para fins recreativos. Moisés Ferreira defende que a legalização permitiria combater o tráfico, salvaguardar a saúde pública e garantir a qualidade do produto. «A regulamentação é o caminho. O que acontece atualmente é que não há nenhum tipo de regras. Não há regras de controlo de qualidade». O último projeto de lei apresentado pelo Bloco, na Assembleia da República, que foi chumbado com os votos contra do PSD, CDS  e PCP, em 2015, defendia a criação de clubes sociais, que poderiam vender quantidades limitadas. Estes clubes ou associações sem fins lucrativos estariam vedados a menores de 18 anos e não poderiam estar instalados a menos de 300 metros de estabelecimentos do ensino pré-escolar, básico e secundário. 

Os bloquistas defendem ainda que deve ser o infarmed a definir as regras «a que deve obedecer o controlo de qualidade das substâncias disponibilizadas». 

Este diploma mereceu o voto favorável de dez deputados do PS enquanto a maioria optou pela abstenção. Depois destas discussão, os socialistas aprovaram, na Comissão Nacional,  uma moção da JS a defender a legalização das drogas leves.