China: empresas obrigadas a revelar estrutura acionista

As empresas chinesas, quando investem fora do país, terão de revelar o seu acionista maioritário.  

De acordo com a agência Xinhua, a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento (NDRC), decidiu que as empresas têm a partir de agora de fornecer detalhes sobre a estrutura acionista. O objetivo é permitir identificar quem controla o respetivo grupo ou diferentes empresas, caso seja um consórcio.

A NDRC, organismo máximo chinês encarregado da planificação económica, acrescenta que a empresa deve fornecer informação adicional, quando a estrutura não permite perceber quem de facto controla o grupo.

A decisão da autoridade chinesa surge com a dificuldade em saber quem são os acionistas do grupo HNA, que se escondem por trás de múltiplas empresas fictícias, subsidiárias e afiliados.

Em janeiro as autoridades dos EUA revelaram que não vão aprovar mais investimentos do grupo, até que este forneça informação precisa sobre os seus acionistas.

Em dezembro de 2017 tinham sido os reguladores da Nova Zelândia a bloquear a aquisição de uma sociedade financeira pelo HNA. A informação sobre a estrutura acionista do grupo "era insuficiente", justificaram.

Já em julho do ano passado tinham sido os responsáveis suíços a afirmarem que o HNA, durante a aquisção do Gategroup, forneceu informação "incompleta ou falsa" sobre a sua estrutura acionista.

O HNA, que nos últimos anos investiu um total de 33 mil milhões de euros fora da China, tem dado sinais de escassa liquidez. Alguns bancos chineses têm denunciado as dificuldades de subsidiárias do grupo em saldar as suas dívidas.

O grupo HNA detém quase 20% do capital da TAP através de uma participação de 13% na Azul, companhia do brasileiro David Neelman que integra a Atlantic Gateway e uma participação de 7% na Atlantic Gateway (consórcio acionista da TAP).