CE. Rendimento das famílias portuguesas abaixo dos níveis de 2008

Menos desemprego e mais crescimento económico melhoram finanças dos agregados familiares. Portugal e mais cinco países da UE são exceção.

CE. Rendimento das famílias portuguesas abaixo dos níveis de 2008

Portugal é um dos países onde o rendimento dos agregados familiares se mantém a níveis inferiores a 2008, apesar da diminuição do desemprego e do crescimento económico.

De acordo com a Comissão Europeia (CE), no relatório trimestral sobre a evolução do emprego e da situação social na União Europeia (UE) revelado ontem, a situação financeira dos agregados familiares europeus continuou a melhorar a uma taxa de crescimento anual de cerca de 1,5%, impulsionada sobretudo por um aumento do rendimento do trabalho. 
Bruxelas revela ainda que até à primeira metade de 2017, em quase todos os Estados-membros da UE houve um crescimento do rendimento dos agregados familiares, com exceção de alguns países.

Além de Portugal, também na Croácia, Grécia, Itália, Espanha e Holanda, o rendimento disponível bruto das famílias continuava, no primeiro semestre do ano passado, a ser inferior ao nível de 2008, ano do início da crise. 

O último relatório sobre a evolução do emprego e da situação social na UE revela que, no terceiro trimestre de 2017, o emprego aumentou 1,7% por comparação com o mesmo período do ano anterior, apoiado por um forte crescimento económico e acompanhado de uma diminuição da taxa de desemprego. 

Portugal está entre os países onde a taxa de desemprego mais baixou – a segunda maior descida (2,4% até aos 7,8%) depois da Grécia (2,7% para 20,7%). Ao mesmo tempo, foi o segundo país onde o desemprego de longa duração mais baixou (1,9%). À frente ficou Espanha (2%).

Também ontem, o INE revelou que a economia portuguesa deverá ter crescido 2,7% no conjunto do ano passado, o ritmo anual de crescimento mais elevado desde 2000, motivado pelo aumento do investimento e das exportações. 

A nível comunitário, o relatório revela que o desemprego se aproxima dos níveis anteriores à crise. Desde o pico registado em abril de 2013, há menos 8,6 milhões de pessoas desempregadas na UE, e em dezembro de 2017 eram menos de 18 milhões os desempregados, o nível mais baixo desde novembro de 2008.

O relatório salienta ainda a subida da taxa de emprego da faixa etária 20-64 anos nos últimos três anos, situando-se nos 72,3% no terceiro trimestre de 2017 – a taxa mais elevada de sempre. A melhoria de 0,8% na produtividade laboral na UE comparativamente com o terceiro trimestre de 2017 é também realçada.

Direitos “O crescimento está de volta à Europa. O emprego na UE atingiu o seu nível mais elevado de sempre, com mais de 236 milhões de pessoas ativas. A taxa de desemprego, por seu turno, está a diminuir de forma constante. É altura de tirar o máximo partido desta dinâmica económica positiva e dar substância (…) a condições de trabalho justas, igualdade de acesso ao mercado de trabalho e proteção social adequada”, defendeu a comissária do Emprego, Marianne Thyssen.