Carlos Costa descarta responsabilidade na entrada da Santa Casa no Montepio

Mas Banco de Portugal valoriza a diversificação da estrutura acionista de qualquer instituição financeira.

O governador do Banco de Portugal (BdP) afastou qualquer responsável no negócio entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e o Montepio através da possível entrada de 10% da Santa Casa no banco. Um investimento que irá rondar os 200 milhões de euros.

"O Banco de Portugal não induziu, sublinho, não induziu, realização de qualquer negócio entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e o Montepio", disse o governador no Parlamento, onde está a ser ouvido numa audição conjunta entre a Comissão de Trabalho e Segurança Social e a Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa na sequência de um requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do CDS-PP, para "prestar todos os esclarecimentos sobre os contornos que envolvem a hipótese da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entrar no capital da Caixa Económica Montepio Geral, S.A.".

Em resposta à deputada do PSD, Cecília Meireles, Carlos Costa esclareceu que a decisão de alienação de uma participação de capital por parte de um acionista é da responsabilidade desse acionista e não do supervisor.

Ressalvou, no entanto, que "os termos da concretização podem estar sujeitos ao escrutínio do supervisor e seu subsequente condicionamento".

Ainda assim, o Banco de Portugal valoriza a diversificação da estrutura acionista de qualquer instituição por si supervisionada enquanto mecanismo habilitador de resposta às exigências prudenciais. "Neste contexto, o Banco de Portugal tem assumido, de uma forma geral, uma posição de princípio favorável à entrada de um novo acionista na CEMG [Caixa Económica Montepio Geral]", disse.

Na última audição, o provedor da SCML, Edmundo Martinho, chegou a admitir que queria concluir o processo até ao final do mês de janeiro. Um prazo que não foi cumprido e contactado pelo i a SCML disse apenas que "ainda não está decidido".

Em marcha está a mudança da administração do banco com a saída de Félix Morgado que será substituído por Nuno Mota Pinto.