Casas. Portugal com valores mais próximo dos níveis pré-crise

Em Portugal, a recuperação acumulada desde o mínimo do mercado foi de 17,3%, muito superior ao que foi verificado em Espanha e Irlanda.

Os preços das casas em Portugal já recuperaram para níveis relativamente próximos dos verificados em 2007, ao contrário de Espanha, Irlanda e Grécia, os outros países europeus que foram igualmente alvo de programas de resgate financeiro. A conclusão é do estudo da Confidencial Imobiliário numa análise ao desempenho comparativo do mercado residencial nacional. Nos casos da Irlanda e da Espanha, o mercado atravessa também um momento positivo embora os preços ainda se encontrem afastados dos níveis praticados em 2007. Na Grécia, o mercado continua a registar uma tendência de queda.

De acordo com a Confidencial Imobiliário, o facto de Portugal liderar a recuperação pós-crise face a estes países tem também a ver com o ritmo de queda dos preços, com o nosso país a apresentar uma maior contenção nas descidas durante os anos da crise.

“Portugal foi o país que melhor se comportou, tendo apresentado ajustamento de preços em baixa menos tempestivos do que a Irlanda, Espanha ou Grécia, razão pela qual está agora também mais próximo do que estes países dos níveis de preço anteriormente praticados”, diz Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.

A Irlanda foi o primeiro destes quatro países a iniciar o seu percurso de recuperação, mas foi também aquele que mais imediatamente reagiu ao despoletar da crise, sofrendo inicialmente quedas de 55%. Portugal, onde a queda acumulada ficou nos 20,5 %, acompanhou, no entanto, sem grande desfasamento, o percurso de recuperação da Irlanda, depois de ambos os países terem atingido mínimos de mercado sensivelmente na mesma altura, em meados de 2013. Já na Espanha –  que, tal como Portugal e a Grécia, exibiu alguma resistência antes dos preços cederem ao efeito da crise -, a recuperação teve início em 2014, e após uma queda de 36,4%, os preços já recuperaram 15,3% até ao 3º trimestre de 2017. Em Portugal, a recuperação acumulada desde o mínimo do mercado foi de 17,3%. O mercado grego regista ainda uma tendência de queda (-41,1%).

“Portugal, Irlanda e Espanha recuperaram também a confiança dos investidores ao longo deste percurso, enquanto que na Grécia continua a ser evidente o desconforto dos agentes em investir no mercado. Isso mesmo é refletido na subida homóloga de preços registada nestes três países no 3º trimestre de 2017, que são mais expressivas do que em países como a Alemanha, o Reino Unido ou a França”, acrescenta Ricardo Guimarães.

No 3º trimestre de 2017, os preços das casas subiram 10,3% face ao mesmo período de 2016, enquanto que na Irlanda essa subida foi de 12,2% e na Espanha de 6,6%.