O encontro de Orlando Figueira com Proença de Carvalho

Advogado desmente o encontro. Antigo procurador tem dito que Proença de Carvalho lhe tratou da defesa na fase inicial

Além de apontarem o dedo a Carlos Silva, os arguidos Orlando Figueira e Paulo Blanco têm dado conta da interferência do conhecido advogado Daniel Proença de Carvalho no caso Fizz. E se até há pouco tempo o advogado negou qualquer ligação ao antigo magistrado Orlando Figueira, têm sido cada vez mais os dados a surgir e que apontam para que Proença de Carvalho tivesse conhecimento de que Figueira fora contratado por Carlos Silva – de quem aliás é advogado. 

Depois de o “SOL” ter revelado uma escuta telefónica entre Proença de Carvalho e Orlando Figueira, no dia em que este último foi detido para interrogatório, ontem a “Visão” contou que, já após esse pedido de ajuda por telefone, ambos ter-se-ão encontrado pessoalmente.

Terá sido a 14 de setembro, às 16h30. Segundo a revista, Proença de Carvalho foi até às instalações do escritório de advogados Cuatrecasas, no Marquês de Pombal, em Lisboa, onde estavam o advogado Paulo Sá e Cunha e Orlando Figueira.

Contactado pela revista, Proença de Carvalho negou: “Desminto essa falsa informação.” Já Paulo Sá e Cunha disse não poder  pronunciar-se por respeito ao “sigilo profissional”.

O antigo procurador tem defendido que foi Proença de Carvalho que lhe arranjou Sá e Cunha como advogado, tendo ficado impedido de contar ao MP a sua ligação ao banqueiro Carlos Silva, a Daniel Proença de Carvalho e mesmo à conta de Andorra onde recebeu algum dinheiro de Angola. 

Em dezembro do ano passado, decidiu quebrar o vínculo com o seu advogado e pediu para ser representado por uma advogada do Estado. Assim que isso aconteceu, enviou uma contestação para o tribunal que agora o está a julgar em que referia que tinha chegado a hora de dizer basta e contar toda a verdade.