Rio e Santana. Só houve “fumo branco” de madrugada

Os emissários dos dois sociais-democratas negociaram até de madrugada

Bom dia!

Para quem conseguiu dormir, claro. Aos congressistas sociais-democratas a noite foi de suspense e a manhã será, com certeza, regada a cafeína.

Apesar da troca de elogios, da entrada quase de mão dada na abertura do congresso e da comoção habitual do ex-provedor da Santa Casa, os emissários de Rui Rio e Pedro Santana Lopes só hoje de madrugada – a dez minutos das quatro da manhã, mais concretamente – fecharam de vez o acordo conjunto para a lista ao Conselho Nacional.

A denominada na gíria laranja como "lista oficial" – isto é: endorsada pelo líder do partido – será mesmo encabeçada por Santana, depois de algumas hesitações de última hora.

Ao que o SOL apurou, as duas partes, representadas pelos homens que lhes dirigiram a campanha interna – Salvador Malheiro, com Rio; João Montenegro, com Santana Lopes –, tiveram vários momentos de tensão ao longo das conversas, que haviam começado oficiosamente mas mais pacificamente na passada quinta-feira, num almoço no distrito de Malheiro. A refeição entre os dois 'companheiros' deu-se no restaurante O Vidal, como aliás noticia o SOL de hoje na sua edição em papel, com direito a fotografia.

Foi aí que as bases do acordo começaram a ser desenhadas e se Santana Lopes puxou pelos autarcas protagonistas na sua campanha, como Telmo Faria e Paulo Cunha, Rio foi mais universal e procurou Paulo Rangel, eurodeputado, e Matos Rosa, secretário-geral na liderança de Passos Coelho.

As divergências em torno de nomes e lugares, que se asseveraram depois dos discursos de ontem, levantaram dilemas para o lado de Santana. Se é verdade que Rio não conseguiria a unidade que tanto deseja, Santana Lopes também fecharia uma porta que deseja manter aberta no médio prazo: ajudar o partido eleitoralmente.  

O facto de Rio manter Paulo Rangel, que seria cabeça de lista caso Santana saísse à última da hora, resolveria bem a questão para o líder eleito, mas não tanto para o derrotado nas diretas (ainda que muito aplaudido em congresso…).

Tal, todavia, não se sucedeu. Santana ficou. "E não poderia ser de outro modo depois de as negociações serem tornadsa públicas de entrarem juntos no congresso", avalia um presente, ao SOL. Rio então repete o gesto que Passos teve para Paulo Rangel em 2010 e o partido pode dizer-se alegadamente unido.

Até 2019, naturalmente.

Bom congresso.​