Finanças desbloqueiam contratação de jovens médicos de família. Especialidades hospitalares ainda não

Médicos que agora serão contratados estavam à espera de concurso desde outubro. Especialistas hospitalares aguardam desde abril

“Autoriza o Ministério da Saúde, no que respeita à área de medicina geral e familiar, a desenvolver o procedimento concurso simplificado, tendo em vista a constituição de 110 relações jurídicas de emprego”. É esta a descrição do diploma publicado hoje em Diário da República. Assinado a 15 de fevereiro pelo ministro das Finanças e pelo Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, o despacho n.º 1853/2018 desbloqueia a contratação de jovens que concluíram em outubro a especialidade em Medicina Geral e Familiar. Mas ainda não há luz verde das Finanças para os hospitais contratarem os cerca de 700 médicos que concluíram especialidades hospitalares em 2017, quer na primeira fase em abril quer na segunda fase de outubro.

“Face à premência de que se reveste a contratação de médicos na área profissional de medicina geral e familiar”, lê-se no diploma, entende o governo que  “devem desde já ser criadas as condições que permitam o recrutamento dos médicos especialistas aqui em causa.”

Ao todo são autorizadas 110 contratações, sensivelmente o numero de médicos que concluiu o internato nesta área.

Recorde-se que em setembro, quando foram abertos os concursos para a primeira leva de médicos de família do ano, acabaram por ficar por ocupar 52 das 218 vagas autorizadas pelo governo, isto depois de um compasso de espera de cinco meses para o início do recrutamento.  

Amanhã as revindicações dos médicos à espera dos concursos vão tornar a fazer-se ouvir na Assembleia da Republica. O bastonário da Ordem dos Médicos vai acompanhar um grupo de jovens especialistasao parlamento para entregar uma Carta Aberta à Comissão de Saúde. “É uma vergonha nacional que passado quase um ano os concursos continuem por abrir. Não se pode acreditar no ministro da Saúde", disse Miguel Guimarães em comunicado.