Autoeuropa. Pré-acordo prevê aumentos salariais de 3,2% até ao final do ano

Empresa compromete-se a passar 250 trabalhadores para efetivos e pagar um subsídio a grávidas que equivale a 10% do ordenado. Trabalhadores vão votar pré-acordo em plenário no dia 27 de fevereiro.

A comissão de trabalhadores (CT) da Autoeuropa e a administração da fábrica de Palmela chegaram a um pré-acordo que define aumentos salariais de 3,2% para este ano e terá um patamar mínimo de 25 euros. Ainda assim, fica abaixo do valores propostos pela estrutura liderada por Fernando Gonçalves que pedia aumentos de 6,5%, num mínimo de 50 euros. 

Este acordo terá  ainda votado pelos cerca de 5700 trabalhadores da Autoeuropa que se vão reunir em plenário no próximo dia 27 de fevereiro. Esta subida terá efeitos retroativos desde outubro passado e irá vigorar até ao final de 2018.
Ao mesmo tempo, a administração compromete-se a passar para efetivos 250 trabalhadores que estão a termo e a pagar um subsídio que equivale a 10% do ordenado base a trabalhadoras grávidas. Foi anda aprovado o “pagamento de uma gratificação de 100 euros ou 200 euros em abril de 2018 conforme a antiguidade” do trabalhador.

Já a compensação para os novos horários de trabalho ao fim de semana, a partir de agosto, será objeto de uma negociação autónoma, altura em que a Autoeuropa deverá aumentar a produção de forma significativa para responder ao volume de encomendas do novo veículo T-Roc e desta forma terá de implementar os turnos contínuos. 

Dois pré-acordos chumbados

As duas parte começaram a negociar em dezembro o novo caderno reivindicativo com a administração a começar por oferecer aumentos de 2,6% em 2018 e de 2% para 2019. Uma proposta que foi rejeitada em pela CT ao afirmar que se tratavam de valores “insuficientes”, considerando que era “imprescindível elevar as condições remuneratórias dos trabalhadores”, segundo um comunicado enviado no início deste ano.

Em resposta, a administração avançou com uma proposta de aumentos salariais de 3% para este ano e de 2% para o próximo, voltando a CT a reafirmar a sua “posição de insatisfação” com os valores. 

Recorde-se que, os trabalhadores da Autoeuropa já chumbaram dois pré-acordos sobre os novos horários laborais, o último dos quais negociado pela atual comissão de trabalhadores.

A verdade é que o ambiente tem estado tenso. Em causa esteve a decisão unilateral da Autoeuropa em aplicar o novo horário a partir de janeiro, com a implementação de 17 turnos semanais, onde estão incluídos os sábados. A administração compromete-se em pagar um prémio adicional de 100% sobre cada sábado trabalhado (pagamento mensal) e um prémio adicional de 25% sobre os sábados trabalhados no trimestre, de acordo com o cumprimento do volume planeado para o trimestre (pagamento trimestral).

 Também a própria Comissão de Trabalhadores tem estado debaixo de fogo. Recentemente um grupo de trabalhadores avançou com um baixo assinado que visa destituir a entidade liderada por Fernando Gonçalves por não se sentirem representados.