Portugal é o sexto melhor país do mundo para as mulheres empreendedoras

Atrás de Singapura e Estados Unidos e à frente da Austrália, Bélgica ou o Reino Unido.

Portugal é um dos países com as melhores oportunidades e condições de apoio para as mulheres prosperarem enquanto empreendedoras. A conclusão é de um estudo realizado pelo Mastercard Index para o Empreendedorismo Feminino, posicionando-se em 6º lugar, atrás de Singapura e Estados Unidos e à frente da Austrália, Bélgica ou o Reino Unido.

Portugal surge também num cimeiro 10º lugar quanto ao nível do número de mulheres proprietárias de negócios, ao representarem 28% do total.

De acordo com a segunda edição do Mastercard Index – que acompanhou o progresso e resultados de mulheres empresárias em 57 países de cinco regiões geográficas – o principal obstáculo ao empreendedorismo feminino em todo o mundo é o preconceito de género, presente quer em mercados emergentes como em mercados desenvolvidos.

Martina Hund-Mejean, Diretora Financeira da Mastercard explica que "apesar das mulheres terem feito avanços notáveis como empresárias em todo o mundo, existe ainda um trabalho árduo que tem de ser feito para que possam atingir todo o seu potencial. Acreditamos que, ao ajudarmos a dar visibilidade à causa e chamarmos a atenção para estes seus esforços, estamos a contribuir para que estas mulheres, na sua tentativa de gerirem negócios bem-sucedidos, possam viver vidas mais gratificantes”.

O Index recorreu à análise de três domínios –  progressão das mulheres ao nível empresarial; recursos financeiros e de aprendizagem; e condições de apoio ao nível governamental –, através de 12 indicadores e 25 sub-indicadores das 57 economias que representam, globalmente, 78,6% da força de trabalho feminina.

As mulheres empreendedoras prosperam melhor nas economias mais desenvolvidas, em termos globais, como se pode observar nos três principais mercados do Index – Nova Zelândia (74,2 pontos, 1º), Suécia (71,3, 2º) e Canadá (70,9, 3º), facto que se fica a dever, quando comparadas com as suas pares e mercados emergentes, com maiores oportunidades de acesso a um conjunto vasto de recursos, incluindo programas académicos, oportunidades de formação, acesso a capital e serviços financeiros.

Apesar disso, a análise apresenta duas excepções a esta tendência. Por um lado, os mercados mais desenvolvidos com condições favoráveis de formação não são imunes à tendência de preconceito para com o empreendedorismo feminino. O Japão que, por exemplo, registou o maior declínio neste ranking (passando de 55,4 a 51,1, 46º) – arrastado pelo declínio significativo na percentagem de mulheres empresárias (-30,9) -, tem um discurso prevalecente, que percepciona as mulheres como sendo inferiores aos homens em contextos sociais e empresariais.

Numa outra perspetiva, e de modo mais encorajador, também sugere que as oportunidades de empreendedorismo estão alinhadas com o ritmo do desenvolvimento dos países. Economias emergentes, como o Gana (46,4%) – um dos três novos mercados do índice, juntamente com o Malawi e a Nigéria – Uganda (33,8%) e o Vietname (31,3%) apresentaram as maiores taxas de empreendedorismo feminino, por comparação com os mais desenvolvidos. A explicação reside no facto destas mulheres serem impulsionadas pela necessidade e, no fundo, estimuladas pela necessidade de sobrevivência, apesar da falta de capital financeiro e do acesso à educação em geral.

Ann Cairns, Presidente dos Mercados Internacionais da Mastercard salienta que " num momento em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, esperamos que estas conclusões possam constituir um alerta atempado para que os governos e organizações reforcem o apoio ao desenvolvimento de uma maior inclusão financeira e acesso à educação para mulheres empresárias e trabalhadoras de todas as áreas".