Tudo o que precisa de saber para enfrentar o mau tempo do fim de semana

Chuva, gelo, frio e ondas enormes. Os avisos são para levar a sério. No que toca à seca, o país continua a precisar de água

O fim de semana está à porta mas o tempo não está bom para grandes aventuras, pelo menos ao ar livre. Instituto Português do Mar e Atmosfera, Proteção Civil e Autoridade Marítima reforçaram os alertas e avisam que há condições propícias à ocorrência de “fenómenos extremos”.

De acordo com a Autoridade Nacional de Proteção Civil, o cenário para as próximas horas é o seguinte:

– Precipitação forte e persistente em todo o território previsivelmente até domingo (11 mar), em especial no Minho e Douro Litoral, podendo abranger também os distritos de Vila Real, Viseu e Aveiro. Os valores acumulados podem atingir os 40-60 mm/12 horas, com o período mais crítico a ocorrer entre as 15 horas e as 21horas desta sexta-feira.

– Vento moderado a forte (até 55 km/h) do quadrante sul, com rajadas até 85 km/h, no litoral, e de até 110 km/h, nas terras altas. Possibilidade de ocorrência de fenómenos extremos de vento, mais prováveis a Sul.

– Agitação marítima de sudoeste em toda a costa, com altura da onda a chegar aos 4-5 metros. No domingo prevê-se o agravamento do estado do mar com ondas a ultrapassarem os 7 metros na costa ocidental e picos máximos de até 14 m (período a rondar os 14 s).

Chuva gelada – já ouviu falar?

Nos últimos dias o IPMA lançou um apelo para que quem observe o fenómeno, faça o favor de partilhar imagens com as autoridades. Com o tempo a continuar a agravar-se, nada garante que não torna a acontecer. Em causa está a chamada “chuva com congelação”, algo pouco frequente em território nacional, reconheceu o instituto esta semana, divulgando algumas imagens.

“Este fenómeno consiste na congelação sobre estruturas que se encontram a temperaturas negativas (telhados, árvores, etc, …) de precipitação que ocorre na forma liquida”, explica o IPMA.

Ainda assim, é preciso haver uma conjugação de fatores: “esta situação ocorre quando num local existe junto à superfície uma massa de ar frio (e com temperaturas abaixo de 0 °C) e sobre esse local se aproxima uma superfície frontal quente que origina precipitação, e que apresenta temperaturas mais elevadas (e acima de 0 °C) em níveis superiores.”

As imagens divulgadas pelo IPMA foram registadas no passado dia 27 de fevereiro.

E o sol?

Se o drama é quando estender a roupa ou ir finalmente ao parque com os miúdos depois de vários dias seguidos de chuva, os mapas do IPMA com as previsões meteorológicas mostram o sol a espreitar no domingo, mas ainda assim a regra é chuva, com probabilidade de granizo e trovoada. Só não há chuva a cair nas nuvens sobre o Algarve… se mora a Sul ou tinha programado o fim de semana para as bandas algarvias, pode ter sorte.

Atenção redobrada na estrada e na rua

Se vai viajar, todo o cuidado na estrada é pouco. A Proteção Civil reiterou o aviso de que o piso rodoviário estará escorregadio e é provável a formação de lençóis de agua e gelo. O abatimento do chão é outra possibilidade, como foi possível constatar em várias ocorrências durante o dia de hoje. É importante ter em conta também que o vento vai estar forte, o que aumenta o risco de queda de ramos e árvores mas também de estruturas montadas. Tem projetada uma festa numa tenda? Prenda-a em segurança ou pense duas vezes.

Fotos à beira mar “proibidas”

“Uma imagem junto ao mar não vale uma vida”. A ideia tem sido repetida pela Autoridade Marítima, que alerta para condições de facto excecionais na orla costeira dada a energia e amplitude das ondas, um tipo de tempestade que acontece um par de vezes por ano.

O pico da agitação do mar está previsto para sábado à noite, prolongando-se madrugada dentro, atingindo com mais intensidade a costa Oeste do país.

O que fazer então?

O cenário não é difícil de imaginar: os centros comerciais vão estar mais cheios, andar na rua será desconfortável e o mais provável é passar grande parte do tempo dentro de portas. A televisão e a internet são um mundo, mas pode sempre regressar aos jogos de tabuleiro ou pôr as limpezas em dia. Abasteça-se de pinturas e plasticina para os mais novos, tenha mantimentos em casa e respire fundo, que o sol há de vir.

E o país precisava (e continua a precisar) de chuva. O ministro do Ambiente disse esta sexta-feira que as barragens no norte do país já estão em níveis aceitáveis, mas no sul a seca mantém-se. Março precisa de quebrar a tendência: fevereiro, revelou também hoje o IPMA, foi o 11º mês consecutivo com valores de precipitação mensal inferiores ao normal. No final do mês, revela o relatório do instituto, “mantinha-se a situação de seca meteorológica em quase todo o território, verificando-se apenas em relação a 15 de fevereiro uma diminuição da área em seca extrema.”