Rio ‘não preocupado’ com Assunção Cristas

O novo líder do PSD disse aos deputados para não perderem tempo a pensar no CDS-PP. ‘O perigo não vem daí’, disse.

Esta quinta-feira, na primeira reunião do grupo parlamentar do PSD com o novo líder do partido, o CDS-PP e a liderança de Assunção Cristas. Aos deputados sociais-democratas, Rui Rio defendeu que o CDS «não capitalizou» o tempo em que o PSD esteve mais ausente da liderança de Oposição, devido à transição de Passos Coelho para si próprio. Desdramatizando, o novo presidente do partido considerou que «o perigo não vem por aí», segundo relatos de parlamentares presentes na reunião. Alguns deputados, todavia, fizeram intervenções em que recomendavam «cautela» perante a ambição dos antigos parceiros de coligação – que foram, aliás, também parceiros de coligação de Rio na Câmara do Porto. 

Rio tem mantido uma equidistância em relação ao CDS, comparando até a relação com o partido do centro-direita à relação que tem com o Partido Socialista – «a aproximação», chegou a dizer, «é a mesma» para ambos. Uma tese claramente não subscrita por Assunção Cristas, que não só dispensa o clima de simpatia com António Costa, como também já não tenciona deixar governar quem «ficar em primeiro», mas sim «quem tiver mais deputados». 

Catarse semanal

De resto, a reunião da bancada do PSD com Rui Rio não foi mais calma que a da semana anterior – que não contara com ele. Se na primeira reunião de Fernando Negrão como líder parlamentar se falou em «catarse», com os deputados a exteriorizarem as múltiplas tensões na sala, não se poderá propriamente dizer que na primeira reunião com o sucessor de Passos Coelho as tensões tivessem diminuído de dimensão. 

Teresa Morais, ex-vice-presidente de Passos, acusou Rio de fazer «nomeações que são autênticas afrontas ao grupo parlamentar e ao antigo Governo», referindo-se a Elina Fraga, que processou a coligação PSD/CDS enquanto bastonária da Ordem dos Advogados. «O senhor não é o único frontal e direto. Eu também sou», deixou Morais bem claro. 

Rui Rio também não foi de modas e fez saber que «podem os 89 todos presentes na sala dizer o contrário, que eu vou manter esta posição: os portugueses querem entendimentos entre os dois maiores partidos», o PSD e o PS. Luís Montenegro, claro, torce o nariz a esse cenário.