Míssil hipersónico russo testado com êxito

Vladimir Putin prometeu. Poucas semanas depois a Força Aérea Russa testou uma espécie de arma do juízo final: o Kinzhal 

Vamos repetir o nome: Kinzhal (adaga em russo). Vamos dizer um palavrão até agora pouco conhecido: é um míssil hipersónico. O que quer dizer que percorre cerca de 2000 quilómetros a uma velocidade dez vezes superior à velocidade do som. Segundo os especialistas russos, isso torna-o indetetável e impossível de abater pela defesa antimíssil dos Estados Unidos da América. 
Os russos divulgaram que um vídeo, passado no canal de televisão Russian Today, em que se mostra que lançaram com êxito o míssil supersónico Kinzhal a partir de um avião Mig-31. Este exercício é a conclusão de 250 testes já feitos à nova arma. 
Decorreram menos de 10 dias desde que Vladimir Putin revelou a sua existência, assim como um conjunto de novas armas, no seu discurso do Estado da Nação. Na altura, assegurou que esta arma era única no mundo e que tornava completamente inútil qualquer das defesas existentes dos EUA ou que venham a existir proximamente. Putin fez questão de revelar que a nova adaga de Moscovo tanto podia carregar ogivas nucleares como convencionais e que está ao serviço do exército russo desde de 1 de dezembro passado. 
O líder russo justifica esta necessidade de exibir poderio militar devido ao facto dos Estados Unidos da América estarem empenhados numa nova corrida nuclear e terem abandonado unilateralmente, em 2002, o tratado sobre a defesa antimísseis.   
Durante o seu discurso a 1 de março, numa altura que o Reino Unido ameaçava bombardear o regime sírio e as tropas iranianas aliadas da Rússia, Putin deixou um aviso ao Ocidente: “Nós consideraríamos qualquer uso de armas nucleares contra a Rússia ou contra os nossos aliados como um ataque nuclear contra o nosso próprio país. A resposta seria imediata”, afirmou presidente russo.
A acompanhar a sua intervenção, foram passados vídeos das novas armas do arsenal russo: para além do Kinzhal, drones submarinos e novos mísseis cruzeiros que transportam pequenas ogivas nucleares.
No sua intervenção, o presidente russo prometeu também reduzir a pobreza no país para metade, no espaço de seis anos. “Devemos resolver uma das tarefas chaves da próxima década: garantir o crescimento sustentado dos rendimentos reais dos cidadão e em seis anos reduzir para metade o número de cidadãos na pobreza”, prometeu. Na Rússia cerca de 20 milhões, dos 146 milhões de habitantes, vi vem abaixo do limiar da pobreza.    
A alteração da doutrina militar dos EUA, que passou a considerar a Rússia e a China como potencial inimigos tem feito que Moscovo esteja a apostar no seu rearmamento. Apesar dos gastos militares russos serem muitas vezes inferiores aos dos Estados Unidos – Washington gasta mais em armas que todos os outros países do mundo somados –, a Rússia tem mostrado possuir capacidade de uma forma assimétrica opor-se à superioridade militar dos EUA. 
Este esforço tem sido acompanhado também pela China, que exibiu em 2016 o seu caça de quinta geração J-20, que compete com os F-22 norte-americanos e os Sukhoi-57 russos. Recentemente a Rússia anunciou estar em fase de projeto os novos caças-espaciais Mig-41. “Já estamos a avançar com este novo projeto. Para nós, é um desenvolvimento natural do avião MiG-31. Será um avião absolutamente novo e de alta tecnologia. Novas tecnologias, capacidade furtiva, capacidade de voar no espaço, novas velocidades e novo raio de alcance”, afirmou, o diretor-geral da Corporação de Construção Aeronáutica Russa, Ilia Tarasenko. ao canal de TV Zvezda.