Tribunal de Loures começa julgamento de dois dos mais procurados da Argentina

Rodolfo “El Russo” Lohrman e Horacio Maidana são julgados por roubos violentos a bancos

Começa esta segunda-feira o julgamento dos dois dos criminosos mais procurados na Argentina que foram detidos em Aveiro em 2016 por roubos violentos a bancos. Entre os arguidos estão ainda três indivíduos, um guatemalteco, um espanhol e um português. O julgamento terá lugar no Tribunal de Loures pelas 14h.

Rodolfo "El Russo" Lohrman, de 53 anos, e Horacio Maidana, de 57, eram procurados pelas autoridades argentinas desde 2003 por causa do sequestro de Christian Schaerer, filho de um empresário da província de Corrientes, perto da fronteira com o Paraguai, que na altura tinha 21 anos e estudava direito. O jovem nunca chegou a aparecer.

Quando foram detidos em Portugal, a ligação com os crimes na Argentina demorou meses a ser feita, porque os dois indivíduos apresentaram identidades falsas. Os dois criminosos foram detidos pela Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo da Polícia Judiciária a 16 de novembro de 2016. Os detidos estavam a preparar um assalto a uma carrinha de valores.

Manuel Garcia, guatemalteco de 32 anos, Christian Gomes, espanhol de 35 anos, e Jaime Fontes, português de 33 anos, são também arguidos do processo. No entanto Christian Gomes e Manuel Garcia estão em prisão preventiva devido a este processo enquanto Jaime Fontes está a cumprir pena por tráfico de droga.

Segundo a acusação do Ministério Público, citada pela Lusa, o método do grupo começava por fazer reconhecimento às instituições bancárias de forma a conhecer as rotinas e as horas com onde estava mais dinheiro em caixa. O dia que preferido seria a segunda-feira devido ao acumular de dinheiro do fim de semana.

"Maidana arrombava a porta de entrada na dependência bancária, fazendo, por norma, uso de uma marreta, permitindo o acesso dos demais arguidos ao seu interior. Trazendo armas de fogo (pistolas e caçadeiras) e recorrendo ao uso da força física, intimidavam, privavam da sua liberdade os funcionários e constrangiam-nos a entregar o dinheiro", afirma o Ministério Público.

Ao todo, segundo a acusação, entre 2014 e 2016 terão sido feitos quatro assaltos em Portugal (três em Odivelas e um em Cascais) num total de 235 mil euros roubados e cinco viaturas.

A acusação inclui associação criminosa, roubo qualificado, furto qualificado, falsificação, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida, condução sem carta e ainda falsas declarações.