Chuva a quanto obrigas

Quando chove assim, há logo um reflexo no consumo de televisão e internet;  e eu por mim falo: tanta chuva pede Netflix.

Nas últimas semanas a tão necessitada chuva não tem dado tréguas. Não sei se já é suficiente ou não, mas os comuns mortais já se andam por aí a queixar da mesma.

E quando chove assim, há logo um reflexo imediato no consumo dos meios: televisão incrementa logo audiências, dado que pouco mais resta para fazer. E obviamente também o consumo da internet sobe exponencialmente.

Mas hoje em dia, e eu também por mim falo, tanta chuva pede Netflix. 

Dizem que em Portugal ainda não tem a relevância de outros países (com a nossa dimensão nunca terá), mas a verdade é que segundo os últimos estudos da Anacom os utilizadores de video streaming pago em Portugal estão a crescer de ano para ano. E , ainda segundo a mesma fonte, dos serviços disponíveis no mercado, Netflix é o que tem mais subscritores e notoriedade mais que assegurada.

E a verdade é que porque vivemos numa era de conteúdos, a força da marca Netflix e dos seus conteúdos é já inegável. Não se trata ‘apenas’ de uma plataforma online de distribuição de conteúdos, mas de uma produtora gigante responsável por sucessos como House of Cards, Orange is the new Black, The Crown, Narcos, Black Mirror, entre muitos outros. 

E não são só séries a aposta da Netflix, mas também documentários, doc-reality shows, programas de culinária, programas infantis, talkshows, stand up shows, ou seja, um rol de temas que permite chegar aos mais diferentes targets. Só em minha casa são três os perfis e a grelha de programação é totalmente diferente.

A grande vantagem do Netflix e de todas as plataformas do género que existem, ou até mesmo das gravações é permitir que cada um de nós veja o que quiser, quando quiser. 

Longe vão os tempos em que esperávamos ansiosamente pelo início do filme da tarde ou pela estreia da série à noite. 
Hoje em dia o consumo de conteúdos faz-se no computador, no mobile, na TV, faz-se de forma não linear, faz-se no nosso tempo livre dando ainda mais importância ao que estamos a ver. Esta alteração no modelo de consumo dos conteúdos levanta grandes desafios às marcas e à sua comunicação. 

Como se conseguem afirmar as marcas num mundo em que o consumidor tem total controlo sobre o que quer ver?
Neste contexto a recomendação, o que se fala nas redes sociais e a influência são fundamentais para levar as pessoas a seguir um conteúdo ou um projeto de marca. 

Se existir um motivo ou um interesse maior que nos leva lá, a ‘guerra’ está ganha. É também neste contexto que as marcas se assumem como produtoras de conteúdos, de eventos ou de experiências que garantam que a marca desempenha um papel nas vidas dos seus fãs.

Pensando no simples efeito da chuva em nós e da vontade que temos de nos enfiar em casa a ver tudo e mais alguma coisa, é fácil perceber a importância destas plataformas.

Assim , o preço a pagar pelos conteúdos é pouco para todos os que andam sempre ávidos de ver e saber mais. E porque o problema é normalmente o tempo para podermos ver tudo, nada como uns fins de semana de chuva para pormos tudo em dia, passarmos uns bons momentos e ainda deixarmos muito por ver… Long live good content!

*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment