Sarampo. Casos confirmados sobem para 36

Comunicado da DGS dá conta de mais 11 casos no espaço de 24 horas. Marcelo Rebelo de Sousa apela à vacinação

São já 36 os casos de sarampo confirmados na região norte do país, dos quais 28 são de profissionais de saúde, num total de 87 casos reportados desde o dia 9 – "a maioria dos quais com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto" (onde começou o surto), como refere a Direção-Geral de Saúde (DGS) em comunicado emitido já na noite deste sábado.

Nos casos confirmados, 22 referem-se a pacientes do sexo feminino e 14 do sexo masculino. Um doente permanece ainda internado "em situação clínica estável". "Dos 87 casos reportados, 36 foram confirmados laboratorialmente pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e 25 foram infirmados; os restantes 26 casos aguardam resultado laboratorial", pode ler-se no documento, que indica ainda que "todos os casos reportados são adultos".

A DGS informa ainda que, até às 12 horas deste sábado, foram administradas 890 doses de vacina contra o sarampo a profissionais daquele hospital. Aquela entidade recorda que o vírus do sarampo é “transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra" e que "os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea”.

As autoridades explicam que os sintomas tendem a aparecer entre a dez a 12 dias depois da infeção e que “começam habitualmente com febre, erupção cutânea, tosse, conjuntivite e corrimento nasal”. Recomenda, por isso, aos cidadãos que verifiquem se têm as vacinas em dia e, se necessário, que se vacinem a si e aos seus familiares.

 

Marcelo apela à vacinação

Marcelo Rebelo de Sousa exortou hoje os cidadãos a dar a vacina contra o sarampo, considerando mesmo essa ação como "fundamental". "Não é possível haver vacinação obrigatória, mas é muito importante que muitos portugueses percebam a importância da vacina", sublinhou o presidente da República, à margem da visita à Futurália, feira de Educação e Formação que decorre na FIL, em Lisboa.

O chefe de Estado lembra que "houve uma moda respeitável," mas que não deixou de ser "uma moda" entre as pessoas que hoje estão entre os 30 e os 50 anos de idade, de desvalorização das vacinas, por entender que estas produziam efeitos colaterais. "Está provado que a vacinação tem um papel fundamental neste tipo de doenças e, portanto, se eu posso fazer um apelo sem que isso seja obrigatório para ninguém, é o apelo no sentido de vacinarem, a começar pelas crianças e pelos jovens", realçou Marcelo, asseverando querer ele próprio dar o exemplo: "Já tive sarampo quando era criança, mas se fosse para mostrar que era necessário fazer vacina contra o sarampo, eu faria a vacina contra o sarampo."