Infraestruturas em mau estado

Cerca de 60% das linhas de comboio estão em mau estado, mas empresa garante segurança.

A rede ferroviária nacional encontrava-se, em 2016, «em termos médios, num estado de condição razoável, (avaliado em 5,3 numa escala entre 0 e 8) significando que em geral está adequada aos requisitos de exploração». A garantia é dada pela Infraestruturas de Portugal (IP), após ser conhecido um relatório que apontava que quase 60% das linhas de comboio estão em mau estado e apresentam um índice de desempenho medíocre ou mau.

Esta é uma das conclusões do relatório levado a cabo pela empresa no ano passado, mas referente a 2016, apontando Ovar-Gaia (35 quilómetros), na linha do Norte, o Tua-Pocinho (32 quilómetros), na linha do Douro, e a via estreita de Espinho a Oliveira de Azeméis e de Aveiro a Sernada do Vouga (68 quilómetros) como os piores troços.

A IP garantiu ainda que «a rede ferroviária nacional é segura sendo o seu desempenho globalmente positivo» e asseverou que o estado das vias «constitui somente um dos nove parâmetros avaliados neste relatório, sendo que todos os restantes indicadores de desempenho são francamente mais positivos».

E lembrou que, para incrementar o nível da infraestrutura ferroviária, a IP está a «desenvolver o maior programa de investimentos das últimas décadas na modernização da rede ferroviária nacional».

Empresas de transporte chumbam vias 

Mas as más notícias não ficam por aqui. As condições da via ferroviária mereceram «100% de respostas insatisfatórias», com um chumbo unânime à «disponibilidade de equipamentos de segurança, ao estado geral de conservação da via e à adequação dos investimentos em curso», segundo estudo da AMT revelado esta semana.

A insatisfação quase generalizada (60%) foi afirmada na avaliação da infraestrutura ferroviária, assim como das instalações de serviço (75%), na consulta aos utilizadores da infraestrutura ferroviária e das instalações de serviço ferroviário.

Também negativa é a opinião sobre os aspetos relativos à homogeneidade da velocidade nos itinerários e ao estado de modernização da rede.

«É também possível constatar que as linhas do Minho, Beira-Alta, Oeste, Cascais, Vendas Novas e Alentejo são as que revelam menor satisfação por parte dos inquiridos», segundo o resumo do relatório, que, no capítulo sobre as infraestruturas ferroviárias, precisou que a linha da Beira Alta recebeu 100% de respostas muito insatisfatórias.

Houve ainda 60% de respostas insatisfatórias quanto à qualidade global da sinalização e telecomunicações, questões sobre tarifas, diretório de rede e gestão da segurança ferroviária.