Nesta região, as pessoas estão proibidas de morrer

Longyearbyen é das zonas mais frias do mundo e onde o sol fica mais tempo sem aparecer

Já ouviu falar na vila de Longyearbyen? Fica no arquipélago de Svalbard, o local habitado mais perto do Pólo Norte. Esta região norueguesa tem cerca de 2000 habitantes e vivem todos com uma proibição bizarra: ninguém pode morrer e ser enterrado ali.

Longyearbyen é um dos locais mais frios do mundo e também uma das zonas onde o sol fica mais tempo sem aparecer – os habitantes ficam vários meses sem vislumbrar a luz solar. Estes fatores estiveram na origem de uma lei polémica criada nos anos 50 do século passado.

Nessa altura, a população começou a perceber que os corpos enterrados nos cemitérios locais não se estavam a decompor. Com medo de que doenças já erradicadas pudessem voltar a aparecer, foi criada uma lei que tornava a morte e o enterro naquela região ilegal.

E estes medos tinham algum fundamento: um grupo de cientistas analisou cadáveres de pessoas que tinham morrido na sequência da Gripe de 1918 (conhecida por muitos como Gripe Espanhola) e descobriram que era possível detetar vestígios do vírus.

Assim, os habitantes daquela região têm duas hipóteses: optar pela cremação ou (a mais comum) passar os últimos dias das suas vidas no Noruega continental. Esta última hipótese é encorajada pelos médicos e pelas autoridades.

Falta de gente e falta de espaço

Mas este não é um caso único: em 2015, o presidente da Câmara de Sellia, uma pequena vila italiana, assinou um decreto que proibe adoecer ou morrer naquela zona. Trata-se de um pequeno município (na altura tinha apenas 537 habitantes) com uma população muito envelhecida. O objetivo era travar a diminuição da população e incentivar a implementação de hábitos saudáveis.

“Estas medidas não são uma brincadeira. Sellia, como muitas regiões do sul da Itália, é afetada pela diminuição da população. Aqueles que não cuidam bem de si ou têm hábitos poucos saudáveis serão punidos com mais impostos”, explicou na altura o presidente do município, Davide Zicchinella, citado pelo jornal britânico Guardian.

A falta de espaço nos cemitérios locais levou a que leis semelhantes a estas fossem aplicadas em cidades como  Cugnaux (2007) e Sarpourenx (2008) em França, Biritiba Mirim (2005) no Brasil , Lanjaron (1999) em Espanha, e Falciano del Massico (2012) também em Itália, revela o mesmo jornal.

Para ler o artigo do Guardian, clique aqui.