O que precisa de saber sobre o sarampo

Os mais novos não se lembram de ouvir falar em casos de sarampo, mas as pessoas mais velhas têm recordações dos tempos em que os seus pais as obrigavam a ficar num quarto escuro, com a janela tapada com um pano vermelho, durante dias a fio, até os sintomas passarem. 

Para aqueles que nunca ouviram falar num caso de sarampo e para os outros que já tiveram a doença há tanto tempo que nem se lembram bem dos sintomas que tiveram ou das consequências que surgiram após o contágio, aqui fica uma pequena explicação do que provoca o aparecimento do sarampo, quais os principais sintomas e sequelas, bem como as principais medidas de prevenção existentes.

Principais sintomas 

Os primeiros sintomas da doença costumam ser febre, congestão nasal, tosse seca, irritação na garganta e vermelhidão nos olhos. Dois a quatro dias depois, começam a surgir manchas brancas (chamadas as manchas de Koplik) na boca. Só depois é que o vírus do sarampo provoca erupções na pele, acompanhadas por uma comichão ligeira. Começam por aparecer nas orelhas e no pescoço, com um aspeto irregular, espalhando-se posteriormente para o tronco, os braços e as pernas, desaparecendo gradualmente do rosto.€

Sequelas

O sarampo pode afetar tanto crianças como adultos e, no caso de pessoas pouco saudáveis e com problemas de nutrição, pode evoluir para situações mais perigosas. Em alguns casos, pode originar infeções bacterianas, como a pneumonia. Além disso, pode provocar uma diminuição do número de plaquetas no sangue, o que dá origem a hematomas e hemorragias. Uma das consequências mais graves do sarampo é a infeção cerebral (encefalite). Em casos mais graves, pode provocar danos cerebrais ou até a morte.

Tratamento e prevenção

Um dos problemas do sarampo é o facto de não existir um medicamente que o combata. O ideal é então, durante as duas ou três semanas que em que o vírus está alojado no organismo, controlar os sintomas da doença, através de medicação, e ingerir muitos líquidos. Quanto à prevenção, esta é feita através da toma da vacina, que faz parte do Plano Nacional de Vacinação desde 1974. Atualmente, recomenda-se a toma da primeira dose da vacina aos 12 meses de idade e a segunda aos cinco anos.

Sarampo no Mundo

Anualmente, o sarampo afeta cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo. A Organização Mundial de Saúde tinha como objetivo eliminá-lo do continente europeu até ao ano de 2010. No entanto, apesar dos esforços deste organismo, os casos de sarampo têm vindo a aumentar nos últimos anos – só em 2011 foram identificados 32000. Este ano, 14 países europeus registaram surtos de sarampo: Portugal, Áustria, Bélgica, Bulgária, Espanha, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Islândia, Itália, Suíça e Suécia.

Causas

A designação científica daquilo a que chamamos vírus do sarampo é Morbillivirus. O ser humano é o único hospedeiro deste vírus. A transmissão mais ‘comum’ do vírus é por via direta, através da propagação de gotículas ou do contacto com secreções (espirros e tosse). No entanto, em alguns casos, pode ocorrer uma transmissão indireta, ou seja, através do toque num objeto de uma pessoa infetada. Esta é uma situação rara, devido à fraca sobrevivência do vírus fora do organismo do ser humano.