Funcionários de museus, palácios e monumentos em greve hoje e amanhã

Em causa está a “falta crónica de pessoal”, o “recurso a precários para satisfazer as necessidades permanentes de trabalhadores”, o “direito ao gozo do feriado da semana Santa” e “a integração dos trabalhadores precários”.

Em conferência de imprensa realizada a 22 de março, em Lisboa, os dirigentes sindicais da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) – representantes do setor da Cultura – deixaram várias críticas à “falta de reflexo das receitas do turismo” na atividade. Queixaram-se da ausência de resposta por parte do Ministério da Cultura às mesmas reivindicações.

Artur Sequeira, um dos dirigentes da FNSTFPS, disse na conferência de imprensa que o Governo “tem vindo a falar numa melhoria da economia do país, em grande parte devido ao aumento do turismo, com um aumento substancial das receitas de bilheteira e das lojas” que fazem parte dos museus, dos palácios e dos monumentos. No entanto, não se nota qualquer diferença “desta melhoria nas reivindicações dos trabalhadores”.

Os trabalhadores destes espaços, tutelados pelo Ministério da Cultura, indicam que os motivos para a paralisação se movem pela “falta crónica de pessoal”, reclamam o pagamento imediato do trabalho suplementar, a reposição do pagamento a cem por cento do trabalho em dias de feriado e fim-de-semana, a contagem de todo o tempo de serviço para progressão na carreira, o pagamento do abono por falhas, a regulamentação dos fardamentos, o fim do processo de municipalização e a reposição de carreiras especiais, na área da cultura.

“Se há um aumento dos visitantes e das receitas de bilheteira e das lojas, também há condições para melhorar muitos dos aspetos da situação dos trabalhadores”, defendeu Sequeira.