Play-off trama Tomás Silva pela segunda vez em Óbidos

Tomás Silva anda a bater à porta de um primeiro título profissional em circuitos internacionais e só em Óbidos é já a segunda vez em duas épocas que cede apenas num play-off, depois de terminar as duas voltas regulamentares na liderança

Em 2017, em Royal Óbidos, também num torneio a contar para o Portugal Pro Golf Tour, foi Ricardo Santos a triunfar nessa morte súbita entre três jogadores, incluindo Tomás Silva, que terminou em 3.º.

Já esta semana, no Guardian Bom Sucesso Resort, esteve ainda mais perto de arrecadar os 2 mil euros de prémios destinados ao campeão, do total de 10 mil em jogo, mas “um erro parvo” (como o próprio admitiu) no penúltimo buraco, quando ia com uma liderança que parecia confortável, provocou-lhe 1 duplo-bogey seguido de bogey no buraco 18.

Disso se aproveitou Hughes Joannes que, mais sólido, graças a 1 birdie no buraco 17, seguido de Par no 18, conseguiu empatar com o português na liderança, com 142 pancadas, 2 abaixo do Par, ambos com voltas de 70 e 72.

No play-off, quiçá ainda afetado pelo terrível final de prova, Tomás Silva foi derrotado pelo simpático belga, um grande amigo de Ricardo Melo Gouveia e Pedro Figueiredo e teve de contentar-se com o segundo prémio de 1.300 euros.

“O play-off foi desapontador. Quando o nosso adversário ganha com Par fica-se sempre com um gosto amargo”, admitiu ao Tee Times Golf o jogador de 25 anos, que está na sua segunda época como profissional.

Mesmo se no final do primeiro dia era Ricardo Santos quem liderava o torneio, com 69 (-3), Tomás Silva estava a jogar muito bom golfe e logo no arranque da segunda e última jornada saltou para a frente da classificação, com birdie-eagle-Par-eagle! Um início de sonho… até ao desastre do buraco 17.

“Neste torneio penso que estive muito bem em todas as áreas do jogo. Os dois dias estiveram difíceis, com muito vento, mas consegui controlar muito bem a bola. Coloquei-me finalmente em posição de lutar pela vitória (…) mas um erro parvo no buraco 17 custou-me a vitória” admitiu o profissional da Nike Golf.

Para Hughes Joannes foi o primeiro título internacional em muito tempo. Este jogador habitual do Challenge Tour tinha ganho dois torneios em 2012, o Flory Vandonck Trophy at Sept Fontaines do Alps Tour e o San Antonio Open nos Estados Unidos. Mas já andava a prometer mais, pois em março tinha sido 2.º no 1.º Quinta de cima Classic e 4.º no 1.º Quinta do Vale Classic.

Para Tomás Silva foi a segunda vez que se sagrou vice-campeão no Portugal Pro Golf Tour, ele que até já tem um título enquanto profissional, mas a nível interno, no circuito da PGA de Portugal, no Estela PGA Open do ano passado.

O antigo triplo campeão nacional amador tem vindo sempre a subir. Em 2016 foi o n.º1 do Ranking Nacional BPI/FPG para amadores. No final desse ano passou a profissional e um ano depois, em 2017, foi o n.º1 da Ordem de Mérito 1080 Produções/PGA para profissionais.

Na época transata do Portugal Pro Golf Tour terminou em 4.º no ranking, sendo o jogador com mais top-10, um incrível número de 14!

Em contrapartida, na época atual do Portugal Pro Golf Tour as coisas não lhe correram tão bem, embora com resultados positivos, designadamente seis top-10.

“No final da temporada passada senti que o meu jogo não estava a progredir da forma como eu esperava – explicou – e decidi começar a trabalhar com um treinador novo, o Steven Bainbridge.

“Começámos a trabalhar em dezembro e houve algumas alterações a fazer a nível técnico. Dessa forma, é perfeitamente natural que alguns resultados menos bons apareçam.

“Contudo, é preciso salientar que este circuito tem cada vez mais e melhores jogadores e por isso qualquer descuido como o que eu tive hoje no buraco 17, paga-se caro”.

Há um ano, neste oitavo “swing” do Portugal Pro Golf Tour em Óbidos, Tomás Silva já tinha arrancado três top-10, dois dos quais neste campo, pelo que começa a conhecer cada vez melhor o traçado do Guardian Bom Sucesso Golf.

“O campo está em boas condições, tendo em conta as chuvas torrenciais que caíram nas últimas semanas. Os greens estavam rápidos e havia algumas bandeiras muito bem colocadas. Foram dois dias de muito vento, mais no segundo dia do que no primeiro. Isso tornou mais difícil o controlo de distância do tee ao green. Nos greens o vento influenciava a leitura das linhas e a bola por vezes tremelicava”, analisou.

O 1.º Guardian Bom sucesso Classic inaugurou o oitavo e último “swing” do Portugal Pro Golf Tour de 2017/2018 e, ao mesmo tempo, serviu como evento de preparação para o 1.º Obidos International Open que terá lugar no mesmo campo, de 9 a 11 de abril, com 30 mil euros em prémios, integrado no prestigiado Alps Tour, umas das terceiras divisões europeias.

Nesse sentido, como evento de preparação, o torneio sancionado pela PGA de Portugal e pelo Jamega Pro Golf Tour mostrou que os portugueses estarão na linha da frente entre os favoritos.

É que para além do 2.º lugar de Tomás Silva, também Ricardo Santos e Tiago Cruz partilharam o 4.º posto, enquanto Hugo Santos foi 8.º e João Ramos 10.º. Entre 37 participantes houve 11 portugueses e os seus resultados e classificações foram os seguintes:

2.º Tomás Silva, 142 (70+72), -2

4.º Ricardo Santos, 145 (69+46), +1

4.º Tiago Cruz, 145 (70+75), +1

8.º Hugo Santos, 147 (72+75), +3

10.º João Ramos, 149 (73+76), +5

13.º Miguel Gaspar, 152 (72+80), +8

20.º Pedro Almeida, 154 (77+77), +10

22.º Filipe Côrte-Real, 155 (77+78), +11

27.º Rui Morris, 157 (80+77), +13

27.º Alexandre Abreu, 157 (79+78), +13

29.º Tomás Bessa, 159 (78+81), +15