Golfe. Óbidos International Open: Temporal não travou espanhol David Borda

A jornada iniciada às 8 horas terminou às 20 por falta de luz natural. A paragem de mais de quatro horas devido à chuva impediu a conclusão de toda a segunda volta. Amanhã joga-se meia volta para fechar o torneio. 

Golfe. Óbidos International Open: Temporal não travou espanhol David Borda

O espanhol David Borda é o novo líder provisório do 1.º Obidos International Open, um torneio do Alps Tour, de 30 mil euros em prémios monetários, organizado pelo Portugal Pro Golf Tour, que ontem (terça-feira) viveu uma segunda jornada demoníaca, devido aos fortes ventos e à chuva forte que tombou no Guardian Bom Sucesso Golf e que impossibilitaram a conclusão da segunda volta.
 
O dia iniciou-se às 8h00, David Borda fez parte do segundo grupo, com saída às 8h11 e só terminou já depois das 17h00, sendo forçado a parar, como os outros jogadores, durante 4h40, devido ao campo estar alagado.
 
Só 55 dos 120 jogadores conseguiram fechar o segundo dia com os 36 buracos cumpridos e três participantes optaram mesmo por desistir por não terem vontade de enfrentar o temporal, entre os quais o espanhol Miguel Angel Jiménez, filho e homónimo do famoso ex-campeão do Open de Portugal.
 
«Foi um dia muito comprido. Jogámos os quatro primeiros buracos em condições muito duras de água e de vento, mas eu consegui fazer 2 birdies apesar da situação (nos buracos 10 e 11, os seus dois primeiros), o que foi incrível. Soltei-me, continuei a jogar bem, a “patar” bem, e o resultado de 69 pancadas, 3 abaixo do Par, é muito bom nestas condições», disse David Borda, que totaliza 5 pancadas abaixo do Par, depois das 70 (-2) de ontem.
 
O espanhol de 31 anos, profissional há sete, obteve um melhor resultado hoje do que ontem, como se nem sentisse a provação da concorrência. «O golfe é assim, em cada dia há contextos diferentes. Ontem joguei muito bem, mas talvez não tenha metido tantos putts. Hoje safei-me de situações complicadas e converti bons putts», explicou o jogador que andou até 2016 pelo PGA Tour da América Latina e que neste Alps Tour soma seis 3.º lugares, estando de novo na luta pelo seu primeiro título.
 
David Borda, é o 5.º classificado na Ordem de Mérikto do Alps tour depois de dois top-10 nos torneios anteriores no Egito, está em boa forma e no Guardian Bom Sucesso Golf dispõe de 2 pancadas de vantagem sobre três jogadores: o holandês Lars van Meijel (73+68), o francês Guillaume Cambis (70+71) e o italiano Michele Ortolani (71+70).
 
O português Rui Morris, que liderava ontem, mantém para já a classificação de 4 abaixo do Par que lhe dá o 2.º lugar provisório, mas é dos tais jogadores que têm ainda muito para jogar amanhã (quarta-feira), pois só saiu para o campo às 19h09 de hoje. Jogou cerca de uma hora, saiu do tee do buraco 1 e regressa amanhã ao tee do buraco 4, estando, para já, a Par do campo nos primeiros três buracos.
 
Para se ter uma noção dos obstáculos que enfrentaram os jogadores, Ricardo Santos, que terminou a sua participação com duas voltas de 75 pancadas (total de +6), disse que o vento alterou o jogo «em cerca de três tacos», sendo «difícil dizer se era melhor ter vento contra ou a favor».
 
O francês Nicolas Aparício, que ontem coliderava a prova com Rui Morris, espalhou-se hoje com uma volta de 77 (+5), ou seja, mais 9 pancadas do que ontem, e garante que «as condições estiveram muito perto de injogáveis». Com um agregado de 1 acima do Par, Aparício tombou para o 27.º lugar.
 
O italiano Andrea Saracino, o outro jogador que ia na frente após o primeiro dia, não foi tão brilhante quanto Borda, mas aguentou-se melhor do que Aparício e mantém-se no top-10, no grupo dos 7.º classificados, com 2 abaixo do Par, após uma segunda volta de 74 (+2).
 
Os responsáveis do Alps Tour decidiram, entretanto, que «a segunda volta será retomada amanhã, a partir das 9h15, a terceira volta será cancelada, pelo que o torneio será reduzido a 36 buracos e o total de prémios monetários de 30 mil euros manter-se-á para o top-40», como explicou José Correia, o presidente da PGA de Portugal e promotor do 1.º Obidos International Open.
 
Portugal, apesar de ser um país de sol e de se poder jogar golfe todo o ano, tem esta sina de eventos importantes serem afetados pelo mau tempo. Afinal, quer a Taça do Mundo em 2005, quer o Portugal Masters em 2014, também foram reduzidos para 36 buracos. Acontece aos melhores.